Tennessee Williams foi um dos dramaturgos mais importantes do século XX nos Estados Unidos.
“Porque é que eu comecei a escrever? Porque descobri que a vida é insatisfatória.”
Tennessee Williams
Thomas Lanier Williams, mais conhecido como Tennessee Williams, nasceu no dia 26 de março de 1911, na cidade de Columbus, Mississipi.
Na infância adoeceu com difteria, o que o obrigou a permanecer em casa e ficar ausente da escola por um ano, período em que aproveitou para mergulhar nos livros, descobrir mais sobre si mesmo tornando-se uma criança introspectiva e virada para uma realidade única em que as perturbações familiares lhe serviam como base de criação. Por crescer no seio de uma família onde estas perturbações psicológicas e os vícios resultantes eram o alicerce da sua personalidade, a construção das suas personagens e das suas realidades foi também enriquecida pela vivência do seu eu criador, Rose sua irmã terá sido uma Blanche Dubois evidente.
Tanto o dramaturgo como o homem perseguem temas como: opressão racial, social e sexual,da qual ele mesmo se sentiu vítima. Esta jornada em busca duma noção de justiça básica e crua revela por vezes uma enorme violência na forma simplista como aborda sentimentos e desejos básicos das personagens; é impossível não sentir o negativismo presente nos seus enredos. As suas histórias desenrolam-se, normalmente, na região sul dos EUA, num ambiente tumultuoso onde elas mesmas se sentem deslocadas social e intelectualmente.
Apesar de ter começado no cinema com 26 anos, e sem sucesso algum nessa época, todas as suas principais obras foram objecto de adaptação cinematográfica embora ele não as tenha escrito para o cinema, mas sim para o teatro. Podemos considerar que a sua obra literária apesar de já ser em si mesma excelente, ganhou bastante com a qualidade dos filmes nela baseados sendo alguns deles considerados obras-primas, clássicos do cinema americano. Tal é o caso de Um Eléctrico Chamado Desejo de Elia Kazan, 1951, ou de outro grande sucesso: Gata em Telhado de Zinco Quente de Richard Brooks, 1958.
As duas produções que referi inspiraram variadas transcrições cinematográficas, como nos será dado constatar através do ciclo que o "My Two Thousand Movies" agora inicia.
* Texto de José Santos. Nos próximos dias faremos uma visita pelos filmes de Tennessee Williams. Serão 10 ao todo, mas não esquecer os que já passaram por este blog no passado:
- "Baby Doll" (1956). Post
- "The Fugitive Kind" (1960). Post
- "Senso" (1954). Post