domingo, 30 de dezembro de 2012

Prisão Maior (The Criminal) 1960


Johnny Bannion (Stanley Baker) vai ser libertado da prisão no dia seguinte. Ele essencialmente domina uma ala da prisão e quando um prisioneiro de uma ala rival é posto no seu território, não demora muito até que o homem leve uma sova brutal nas mãos de um dos companheiros de prisão de Bannion. O governador da prisão quer Bannion fora, no entanto, quando regressa a casa para se encontrar com o seu antigo gang já têm outro trabalho em mãos pronto a ser executado. As coisas complicam-se quando ele se apaixona por uma jovem mulher bastante insistente, chamada Suzanne. Executam o trabalho, e decidem esconder o dinheiro num campo, mas o assalto não correu bem, e Bannion é novamente preso, ficando a ser o único que sabe onde o dinheiro está escondido.
O argumentista Alun Owen fornece este thriller policial com um enredo tenso e inflexível. Na Inglaterra, o filme sobre o mundo do crime tinha-se tornado recentemente popular, como a ascensão do cinema realista social, voltando a tradição e mostrando a acção do lado dos criminosos e não da lei. Owen vai um passo mais à frente e coloca o foco da acção inteiramente sobre os criminosos, e no playboy Johnny Bannion, que está muito longe das habituais personagens da classe trabalhadora. A maioria dos filmes giravam em torno da emoção do grande "trabalho", do planeamento e rescaldo do assalto, mas o argumento de Owen tem uma visão diferente, como o roubo em si é uma coisa menor no meio do filme, concentrando-se nas personagens, na vida da prisão e na forma como o submundo funciona. 
Embora o boom do crime realista da década de 1960 extrapolasse os limites do cinema, "The Criminal" é muitas vezes apontado como o mais brutal desta era, que é uma reputação que merece. As cenas na prisão, de tentar mostrar uma visão completamente desromantizada da vida atrás das grades, onde os homens podem ser espancados sem nenhuma razão, onde os prisioneiros parecem ter mais poder do que os guardas e onde o governador da prisão não tem o poder de intervir, apenas tem de seguir o que os criminosos dizem. O submundo, não é como a grande família dos filmes de máfia, mas uma hierarquia perigosa com todos a tentarem superar-se uns aos outros, para conseguirem o que querem. A caracterização é excepcionalmente forte, Owen garante que não saibamos tudo sobre os personagens principais, mas oferece-nos um monte de detalhes interessantes também sobre a periferia.
Joseph Losey pode ter sido expulso do seu país de origem pelos anti-comunistas, mas ainda bem que encontrou uma boa casa no Reino Unido. Cada quadro de filmagens deste filme a preto e branco parece soberbo. Ao contrário de alguns dos seus outros trabalhos, particularmente as colaborações com Harold Pinter, este é um filme muito mais "para a frente" sem a surrealidade que marcou obras como The Servant (1963), incluindo algumas cenas pouco ortodoxos. De acordo com o argumento, Losey não tem medo de se focar na violência, onde qualquer outro filme poderia ter sido cortado. Uma banda sonora assombrosa é muito bem usada para enfatizar a tristeza e o desespero que atravessa o filme.
Stanley Baker tinha construído a sua carreira na década de 1950 e foi rompendo como uma das maiores estrelas do cinema britânico em 1960. O papel principal aqui é perfeito. Destaque também para o papel de Sam Wanamaker.

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2 comentários:

ESTRELA DECADENTE disse...

★★★

Anónimo disse...

eu baixei todos os noir do blog

e guardei todos as paginas copiadas no meu hd externo

se precisarem eu mando

espero que voltem de novo a postar os noir

abrx

mrlx