sábado, 5 de julho de 2014
O Bom, O Mau, e o Vilão (Il Buono, il Brutto, il Cattivo) 1966
Blondie (o Bom), é um pistoleiro profissional a tentar ganhar uns cobres. Angel Eyes (o Mau), é um assassino que sempre que se compromete com uma tarefa, leva-a até ao fim. E Tuco (o Vilão), é um bandido com a cabeça a prémio, que tenta fazer pela vida. Tuco e Blondie fazem uma parceria para receber o dinheiro da recompensa de Tuco, mas quando Blondie acaba com a parceria, Tuco vai atrás dele. Quando Tuco e Blondie cruzam com uma carruagem cheia de cadáveres, ficam a saber, pelo único sobrevivente, que outros homens enterraram um carregamento de ouro numa campa no interior de um cemitério. Infelizmente o homem morre, e Tuco fica a saber apenas o nome do cemitério, enquanto Blondie sabe o nome da campa. Os dois têm de se manter vivos para chegar ao Ouro, mas Angel Eyes segue no seu encalce, e sabe que os dois procuram o ouro.
Introduções não são necessárias para este grande épico de Sérgio Leone, o maior de todos os western spaghetti. Apesar dos dois filmes anteriores da trilogia dos dólares serem bastante bons, seria com "O Bom, o Mau, e o Vilão" que Leone atingia a perfeição, desde a realização, a fotografia de Tonino Delli Colli, o casting impecável, e uma das mais memoráveis bandas sonoras de todos os tempos.
Antes dos westerns de Leone, o cinema tinha a velha fórmula dos bons contra os maus, com um duelo no final. Enquanto Leone tinha uma admiração por realizadores como Hawks, Mann ou Ford, ele também tinha uma certa aversão pela ideologia de Hollywood, onde aparecia alguém como John Wayne para salvar o dia, com uma certa moral irrealista. Na mente de Leone, não havia bons nem maus, era cada um por si até ao duelo final. Este ponto de vista era muito interessante, e fazia muito mais sentido, sendo mais realista. Mas para além de apreciar estes grandes realizadores americanos, Leone também gostava de cinema japonês, mais propriamente Kurosawa. O resultado do trabalho de Leone, misturando estas duas culturas, foi ter dado ao western uma sensação operática.
Na altura do seu lançamento o filme foi um pouco criticado, em grande parte por causa da violência, mas também por causa da atitude desrespeitosa que os realizadores italianos tinham perante o western, mas depois acabaria por revitalizar o género, e continua a ser, mesmo perante muitos que não gostam do western, como um dos seus filmes preferidos. Eastwood é claramente a estrela do filme, mas a sua personagem é limitada pela falta de um fundo próprio, e também por já ter sido (e muito bem) explorada nos dois filmes anteriores. É na realidade o personagem de Eli Wallach, Tuco, que carrega o filme, e que nos guia perante os acontecimentos. Se Wallach mereceu alguma nomeação aos Óscar, deveria ter sido aqui.
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