O incompetente e desastrado inspector Jacques Clouseau da Sûreté francesa anda há anos atrás de um notório ladrão de joias conhecido como Fantasma. Clouseau e a sua mulher Simone reunem-se, na luxuosa estância de Inverno de Cortina d¿Ampezzo, com o playboy britânico sir Charles Willingham e a princesa indiana Dala. Clouseau está seguro de poder deitar a mão ao ¿Fantasma¿ que certamente não resistirá a roubar a fabulosa joia da princesa, a célebre Pantera Cor de Rosa. Na verdade, o Fantasma é sir Charles e a sua cúmplice e amante é, nada mais nada menos, que a própria mulher de Clouseau, o que complica especialmente todas as iniciativas do inspector. Na sumptuosa casa de Roma da princesa, na sequência de um tresloucado baile de máscaras, a joia é finalmente roubada mas no fim é o infeliz Clouseau que acaba por ser acusado do furto.
"A Pantera Cor de Rosa", realizado em 1963 por Blake Edwards, foi o primeiro filme de uma série de grande sucesso de tresloucadas comédias policiais que tornaram Peter Sellers numa vedeta internacional. Uma itenerante história policial, sobre um arrojado e sofisticado ladrão internacional de joias perseguido pelo mais desastrado e incompetente inspector da polícia, é o pretexto para Edwards construir uma deliciosa comédia, recheada de gags hilariantes, como a cena do baile de máscaras com os três gorilas ou a disparatada perseguição automóvel que termina na fonte. Curiosamente, a personagem do inspector Clouseau, com o seu ar imbecil, as suas disparatadas deduções, a sua tendência para criar o caos e a destruição e o seu intolerável sotaque, não era ainda a personagem central e fulcral que acabaria por dominar todos os filmes da série. Peter Sellers cria uma personagem inesquecível e inconfundível, fruto do seu extraordinário talento para as mais sinuosas caracterizações que lhe permite, mesmo aqui, frente a David Niven, Robert Wagner, Capucine e Claudia Cardinale, roubar todas as cenas em que participa.
*Texto RTP
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