quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Hungarian Requiem (Magyar rekviem) 1990

Em 1956 houve uma revolta do povo húngaro contra os seus senhores russos, que permitiram os húngaros florescerem por uns breves instantes, para depois os suprimirem. Suspeita-se de que os governantes do país sabiam desta revolta antecipadamente, mas permitiram que ela iniciasse e continuasse para identificar quem era mais activo. Neste filme estamos em 1958, e sete homens muito diferentes esperam nas suas celas para serem levados e executados. Os seus sonhos, fantasias e lembranças aliviam o que de outra forma parece ser uma situação repetitiva. Eles são um velho professor, um oficial, um marinheiro durão, um polícia que trocou de barreira durante a revolução, um cigano assustado, um lutador pela liberdade, e um jovem acabado de fazer 18 anos...
Co-produção húngara/alemã baseada num livro de Mihály Kornis. Coma atmosfera mortífera de uma cela como pano de fundo, as memórias poéticas, sonhos e fantasias de amor e liberdade temporária destes homens acalmam a tensão insuportável desta poderosa evocação da resistência. Era uma homenagem de Karóly Makk, um homem que já tinha realizado o primeiro filme de amor homossexual no seu país, à resistência húngara que lutou bravamente contra os russos. Um destaque especial para o actor francês Mathieu Carrière num dos papéis centrais do filme. 
Como o filme em si é sobre a repressão e opressão da revolução húngara de 1956, é uma interessante informação secundária que os julgamentos do ministro do interior húngaro do período (1957-61) Béla Biszku, que ordenou que os soldados abrissem fogo sobre a multidão, e depois fosse responsável pela execução de milhares de pessoas, tinham acabado de começar em Budapeste.  
É um belíssimo drama político de Makk, que não merece cair no esquecimento. Legendas em inglês.

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