Um dos lendários filmes de Luis Buñuel ,"A Idade do Ouro" seria, à primeira vista, uma história de frustração sexual numa sociedade reprimida. Um homem e uma mulher apaixonados tentam consumar a sua paixão mas sofrem a oposição das suas famílias, da Igreja Católica e da classe média. À medida que o filme prossegue, no entanto, emerge a natureza radical do trabalho de Buñuel, este faz numerosos ataques à religião organizada, além de criticas intransigentes da sociedade. Par dar ironia às já perturbantes e contraditórias imagens o realizador completa o filme com música clássica de Richard Wagner, Beethoven e Claude Debussy.
Escrito em colaboração com o pintor surrealista Salvador Dalí, o filme é extremamente desarticulado e bombardeia os espectadores com imagens bizarras e irracionais. Quando o casal aparece pela primeira vez, a tentar fazer amor a rolar na lama enquanto uma multidão, representando a sociedade, está de costas. Membros da multidão, culturalmente variada, situados de acordo com a sua classe social, ficam fascinados ao assistir a uma comemoração bem-humorada de quatro homens que morreram de forma mais sem sentido. Mais perto do espectáculo estão os representantes da classe alta, que usam gravatas, joias e cartolas. Os membros da classe media estão mais distantes e vestem de forma mais moderada. A classe trabalhadora está no fundo, e mal consegue ver os eventos. Quando os membros da classe trabalhadora vêm os amantes levantam os punhos e chamam a polícia.
Quando o filme estreou em 1930 foi criticado pela falta de moral. A insinuação sexual e a natureza foram temas de acalorados debates, e os 6 primeiros dias de exibição, em Paris, tiveram sempre salas esgotadas. Depois da primeira semana, grupos conservadores patrocinados pela igreja católica w grupos de pressão da direita protestaram em frente ao cinema e atacaram publicamente o realizador e o argumentista na imprensa. O que levou ao banimento do filme durante 49 anos, no entanto, foi o desdém que Buñuel e Dali demostraram para com a igreja, no seu apoio ao sexo antes do casamento, a representação de Jesus como um impostor assassino, e as mensagens anti-católicas prokectadas por um slide no filme. Apesar de ter passado em cineclubes e casas privadas, só viria a ter uma estreia oficial nos Estados Unidos em 1979.
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