segunda-feira, 2 de maio de 2022

A Festa (The Party) 1968

Hrundi V. Bakshi é um ator desajeitado de origem indiana que está a rodar um filme no deserto. Por causa dos seus erros contínuos é demitido das filmagens. Inesperadamente, ele recebe um convite para participar numa festa sofisticada organizada pelo produtor de seu último filme. Graças a Hrundi, as situações mais loucas ocorrerão durante a festa.
Entre os filmes de sucesso de "A Pantera Cor de Rosa", o realizador Blake Edwards criou outro veículo para Peter Sellers, para mostrar os dons de mímica do actor. Uma vez que Sellers aparece numa festa o filme torna-se num desfile para os vários episódios embaraçosos que afligem o seu personagem excêntrico. Apesar da história simples e das palhaçadas, há um constante foco no nervosismo que assola qualquer pessoa convidada para uma grande festa, tornando o Hrundi V. Bakshi de Sellers uma personagem bastante simpática.
É uma obra hilariante, próxima da genialidade, considerado por muitos como o melhor filme de Edwards, e também o melhor de Sellers, que aqui se revela um dos maiores monstros da comédia de todos os tempos.

4 comentários:

Ronan disse...

Já há muitos, muitos anos que não via esta obra-prima.
E durante este revisionamento dei-me conta do quanto tudo isto me fez lembrar os delírios geniais do Jacques Tati.
Interrogo-me, agora, sobre quanto o cómico francês e o inglês se poderão ter influenciado mutuamente.

Anónimo disse...

É bem observado, mas parece-me mais natural que tenha sido o Blake Edwards de "The Party" (1968) a ser influenciado pelo "Playtime" (1967)...
Luís Mira

Ronan disse...

Bem visto!...Concordo.
Neste caso as influências serão ainda mais antigas. O "Party" é quase um remake do "Mon Oncle" (feito dez anos antes). Nomeadamente um indivíduo ingénuo e simples que, de um momento para o outro, se vê dentro de uma casa desumanizada e dominada pela tecnologia, habitada por uma família fútil com muito dinheiro e pouca empatia. E do contraste entre a simplicidade humana e a futilidade do capitalismo tecnológico advém o caos.

Giba Paiva Magalhães disse...

ou "Um Convidado Bem Trapalhão".
Impossível esquecer, eu lá com meus recém completados 12 anos, indo ao cinema 'morrer de rir' com essa maravilhosa comédia. Foram 5 vezes, ao todo. Empatado com "Deu a Louca no Mundo" e "Grand Prix".