terça-feira, 9 de setembro de 2014

O Prisioneiro de Alcatraz (Birdman of Alcatraz) 1962



Originalmente sentenciado a 12 anos de prisão, depois de ter morto um homem no Alasca, em 1909, Stroud (Burt Lancaster) perde a sua liberdade condicional depois de se envolver num esfaqueamento na prisão e é depois condenado à morte na prisão de Leavenworth depois de ter assassinado um polícia que não deixou a sua mãe Elizabeth (Thelma Ritter), visitá-lo. Stroud tem uma relação obsessiva com a sua mãe, que faz uma visita ao Presidente Woodrow Wilson e convence-o a comutar a sentença de Stroud para prisão perpétua. O director da prisão, Harvey Shoemaker (Karl Malden), pretende manter Stroud o resto da vida na solitária. Mas Stroud vai arranjar uma motivação para a sua vida...
No mesmo anos em que lançou o seu grandioso e nervoso épico "Manchurian Candidate", Frankenheimer lançou mais um êxito com o biopic sobre o famoso Birdman of Alcatraz. Baseado no livro de Thomas Gaddis, o filme conta a história de Robert Stroud, um condenado por duplo assassinato, cujas cinco décadas de aprisionamento, ironicamente, proporcionou-lhe tempo para revelar o seu enorme génio. De acordo com o argumento de Guy Trosper, a educação de Stroud terminou depois da terceira classe, mas na prisão ele capacidade para adquirir muitos conhecimentos. É uma grande falha do argumento, que apesar dos 149 minutos de filme, esta informação só chega até nós através do diálogo expositivo. A sua fascinação pelos pássaros chega quase por acidente, e rapidamente se torna a obra da sua vida, mas ainda bem que o filme se afasta dos processos e contextos pelo qual este hobby se anuncia como uma espécie de chamado.
A história contada no filme, é muito simpática para Stroud (não obstante os vislumbres do seu narcisismo, e uma relação doentia com a mãe). Burt Lancaster faz um grande trabalho retratando o jovem rebelde (pronto para reagir violentamente se alguém disser mal da sua mãe), que se assume como porta-voz contra a reforma do sistema prisional. O seu papel foi de tal forma grande, que lhe valeu uma nomeação para o Óscar de Hollywood. Mas este é um filme de actores, e não vive só da prestação de Lancaster. Igualmente nomeados ao Óscar estiveram Telly Savalas e Thelma Ritter, ficando injustamente de fora Karl Malden, brilhante no papel do autoritário director da prisão. O verdadeiro Stroud conta-se que era pouco popular, tanto entre os guardas prisionais, como entre os colegas prisioneiros, e utilizou equipamento científico para fazer cervejas caseiras.

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