quinta-feira, 4 de setembro de 2014

O Chicote e o Corpo (La Frusta e il Corpo) 1963



Kurt Menliff é um nobre do século XIX, cruel e sádico, que regressa ao seu castelo à beira-mar plantado, depois de passar alguns anos fora. Entra logo em conflito com o seu pai inválido, um Conde, assim como com o seu irmão mais novo, Christian, que agora é casado com a prima, e ex-amante de Kurt, Nevenka. Quando na noite seguinte Kurt é encontrado morto no seu quarto, toda a gente é suspeita, e tudo fica mais complicado quando Nevenka começa a ver o fantasma de Kurt (real ou imaginário?), que assombra o Castelo, supostamente para se vingar do seu assassino.
Mário Bava é considerado por muitos como o Padrinho do terror Italiano. Um verdadeiro auteur, fez a fotografia da maioria dos filmes que realizou, e começou a escrever os próprios argumentos da década de sessenta em frente. Em 1963, já com alguns filmes no seu currículo, realizaria aquela que seria considerada uma obra prima do sadomasoquismo, e uma das mais importantes obras do terror gótico: "La Frusta e il Corpo", com o lendário Christopher Lee, e a bela desconhecida Daliah Lavi, que viria, mais tarde, a ser uma Bond Girl em Casino Royale, nos principais papéis.
Para quem procura filmes de terror gráficos, ou sangrentos, não é isso que vão aqui encontrar. Há muito pouco sangue, ou nudez, mas os temas sórdidos tratados entre as personagens (um triângulo amoroso com conotações incestuosas), e as chicoteadas são muito decadentes. O ritmo é lento, criando uma sensação de tensão e expectativa. Apesar de todos serem suspeitos neste filme, Bava está mais interessado em usar a sua marca registrada de cores sombrias, para estabelecer o clima e a atmosfera pretendidos. Brinca com o erotismo sádico, quando Kurt ataca a sua ex-amante com um chicote - e ela parece gostar. 
Um grande desapontamento foi porque a voz de Christopher Lee não foi usada, nem na versão italiana, nem na versão internacional. Esta versão aqui presente é a versão internacional.

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