Junto com Sidney Lumet, John Frankenheimer foi um dos grandes realizadores e emergir e a ser influenciado pela estética da televisão ao vivo, uma vaga popular que surgiu brevemente, em força, no final dos anos 50, para se tornar obsoleto no inicio da década de 60. A sua fama posterior e a sua repetida nostalgia pela televisão ao vivo, fizeram dele um dos expoentes máximos desta forma.
A filmografia de Frankenheimer durante a década de 60 foi tão abundante, e tão repleta de interligações temáticas, que era necessário dedicar-lhe um ciclo. Nesta década fez a sua famosa trilogia sobre a paranoia (The Manchurian Candidate, Seven Days in May, Seconds), uma trilogia de acção (The Train, Grand Prix, The Horsemen), filmes que se centravam à volta de conflitos psicológicos entre homens num contexto de combate ou desporto. Ainda houve uma chamada trilogia rural (All Fall Down, The Gypsy Moths, I Walk the Line), que privilegiava a atmosfera do interior americano, em vez do enredo ou do suspense. Isto sem esquecer o enorme filme que é "Birdman of Alcatraz".
As referências de Frankenheimer para obras de Wyler ou Welles, ligam-no ao classicismo do final da era de estúdio de Hollywood, e antecipava o estilo e o conceito da American New Wave que estava a surgir. Os seus filmes dos anos 60 a meio do profissionalismo de Anthony Mann ou Budd Boetticher, e a violência de Francis Ford Coppola ou Willem Friedkin nos anos 70, e uma ponte entre o emocionalismo impulsivo de Elia Kazan ou Nicholas Ray, e o humanismo de Altman ou Cassavetes. Frankenheimer tem um lugar reservado na história do cinema, como uma figura de transição entre duas épocas importantíssimas.
O ideal seria incluir neste ciclo todos os 11 filmes que ele realizou nesta década, mas tinha de escolher apenas 5, e fi-lo de modo a que pudessem entender melhor a sua importância.
Sendo assim, aqui fica a programação desta semana:
Segunda: Birdman of Alcatraz (1962)
Terça: Seconds (1966)
Quarta: Grand Prix (1966)
Quinta: The Fixer (1968)
Sexta: The Gypsy Moths (1969)
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