quinta-feira, 9 de julho de 2020

Plácido (Placido) 1961

Um grupo de senhoras decidem comemorar a véspera do Natal com um jantar de caridade: cada dona de casa rica da cidade espanhola levaria um sem-abrigo para comer com eles. Um desfile também foi realizado, do qual participou Plácido (Casto Sendra), cuja família vive num banheiro público por causa da dificuldade de pagar o aluguer. Para complicar, o homem humilde tem de pagar a segunda prestação do seu veículo antes da meia-noite.
A filmografia de Luis Garcia Berlanga atinge o seu auge no inicio da década de sessenta, quando ele começa a trabalhar com o argumentista Rafael Azcona. Juntos fizeram, em pouco tempo, dois marcos do cinema espanhol que ofenderam o regime do general Franco, mas foram admirados no exterior: "Plácido" (1961), e "El Verdugo" (1963).
"Plácido" é uma comédia triste. Ao mostrar a moral deformada dos personagens dá-nos uma descrição desmistificante da Espanha da altura, e, por extensão, uma imagem devastadora da condição humana. As façanhas prosaicas de Plácido são usadas para mostrar a miséria dos seus concidadãos. Egoísmo, hipocrisia, e falta de consideração são os principais atributos dos seus personagens, com a burguesia provincial a esforçar-se para manter a aparência dos seus vizinhos e superiores. 
O argumento é contundente na descrição de hipocrisias mas também excecionalmente engraçado. O elenco é fudamental, e não foi por acaso que muitos actores deste filme não só trabalharam com Berlanga várias vezes, como também se tornaram estrelas e defensores da comédia espanhola. E o filme acabou por ser nomeado para o Óscar de Melhor Filme em Língua estrangeira. 
Legendas em inglês.

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