domingo, 23 de fevereiro de 2014
Os Muros do Desespero (La Tête Contre les Murs) 1959
Para se livrar do seu filho problemático François (Jean-Pierre Mocky), Maître Gérane (Jean Galland) interna-o num hospital psiquiátrico, propriedade do Dr. Varmont (Pierre Brasseur), um adepto dos tratamentos tradicionais, em constante conflito com o Dr. Emery (Paul Meurisse), cuja terapia, mais moderna, tem a psicologia dos doentes em conta. François depressa faz amizade com Heurtevent (Charles Aznavour), um jovem epiléptico, e os dois decidem fugir do hospital...
Filme de estreia de Georges Franju (depois de uma carreira notável de curtas metragens), confirmou o seu estatuto como poeta das regiões mais obscuras da mente humana, e uma das visões menos moralistas do cinema de finais dos anos cinquenta, e anos sessenta. A história é a de uma família da classe média que abandona o filho numa instituição mental, depois deste cometer actos irracionais, e actos de vandalismo contra o seu pai.
O filme, baseado num romance de Herve Bazin, foi em grande parte instigado pela sua jovem estrela Jean-Pierre Mocky, que também escreveu o argumento e foi um dos co-produtores. O que faz do filme tão belo, para além das interpretações, é a atmosfera misteriosa criada por Franju. Quando é necessário, ela consegue ser tão dura e realista como o tratamento de Truffaut aos jovens no último quarto de "Les Quatre Cents Coups", noutros momentos ele injecta alguns twists, marcados pelo horror e o irracional. É um filme estranho de se ver, estranhamente erótico, que parece tão húmido e claustrofóbico como a própria prisão do asilo, e a mestria de Franju neste tipo de terreno já era por demais evidente, e atingiria o seu ponto mais alto no filme seguinte.
As legendas estão em português, mas faltam 3 minutos, entre os minutos 14 e 17. Esses 3 minutos que faltam podem tirar em inglês, num ficheiro que está aqui em anexo.
Link
Legenda dos 3 minutos que faltam em inglês
Imdb
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