Um filme notável, típicamente excêntrico, produzido, escrito e realizado pelo insubstituível Samuel Fuller, Forty Guns (1957) é bastante diferente de qualquer western feito antes ou depois. O florido melodramático na forma de Douglas Sirk e, por sua vez, explicitamente violento com insinuações sexuais ultrajantes.
Como Ali Baba, Jessica Drummond (Barbara Stanwyck), veste-se de preto da cabeça aos pés e monta um cavalo branco, leva consigo um verdadeiro exército a cavalo, quarenta pistoleiros-ladrões que atravessam as colinas do território do Arizona, deixando grandes nuvens de poeira no seu rastro. Presos numa guerra estão, o homem da lei, Griff Bonnell (Barry Sullivan), o irmão Wes (Gene Barry) e o irmão mais novo Chico (Robert Dix). Quando o velho (e quase cego) marshal da cidade, John Chisum (Hank Worden, aparentemente não interpretando o Chisum histórico) é morto pelo irmão de Jessica, Brockie (John Ericson) e Brockie, bêbado, invade a cidade com vários amigos delinquentes, Griff fica determinado a trazer o jovem à justiça.
Embora o filme perca um pouco de vapor na segunda metade, em particular nos motivos e meios de alguns dos seus personagens secundários, "Forty Guns" é visualmente deslumbrante e cheio de pequenos pormenores que continuamente o definem como muito mais do que um western normal. Fuller usa uma grande variedade de ângulos estilizados, incluindo até mesmo um ponto de vista do "tiro no cano" de uma arma, antecipando a imagem icónica dos filmes do 007. Há até mesmo um tornado bastante credível, que Fuller conseguiu tirar do orçamento muito baixo (apenas USD$300.000), que é uma prova da sua habilidade.
Por toda a sua hipérbole, certos aspectos visuais capturam o olhar do Velho Oeste de uma forma bastante autêntica. O filme é assumidamente o mais sujo que seria possível na Hollywood dos anos 50. Alguns dos diálogos mais escandalosos são gerados de um romance entre Wes e Louvenia (Eve Brent), uma senhora armeira durona que parece saída de um filme de Howard Hawks.
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