Um dos casos mais famosos de filmes estreados sem o selo de aprovação da PCA foi "The Moon is Blue", baseado numa peça com o mesmo título, também escrita por F. Hugh Herbert, hoje parece uma comédia leve e muito datada, Patty O´Neal, uma jovem actriz de televisão lutadora e ingénua conhece Donald Gresham, um jovem arquitecto, no Empire State Building. Ele convida-a para jantar, ela aceita, mas pelo caminho pergunta-lhe se podem passar pelo seu apartamento para costurar um botão que caíu. Ela pergunta-lhe se ele tentará seduzi-la ou se as suas intensões são honrosas, ao que ele a repreende por ter sido directa demais.
Foi negado o selo de aprovação ao filme por causa da sua forma despreocupada como lidava com o assunto do adultério, apesar de não acontecer nenhum adultério durante todo o filme. A LOD classificou-o como "C" de condenado, mas a importância deste filme perante os censores de Hollywood não foi por questões técnicas, mas sim porque os censores esperavam que o distribuidor perdesse dinheiro por não ter conseguido um selo de aprovação. Em vez disso, o filme que tinha custado 450 mil dólares, acabaria por ser exibido em mais de 4000 cinemas, facturando 6 milhões de dólares na estreia. O seu sucesso enfraqueceu os poderes do PCA e fez outros estúdios tomarem nota, principalmente quando a United Artists deixou de ser membro da MPAA, em apoio a este filme.
Alguns anos depois, e depois do PCA ter revisto os seus padrões extensivamente, a United Artists voltou aderir ao MPAA, mas o filme ainda enfrentaria uma grande luta para conseguir o selo de aprovação para ser exibido em todos os cinemas, tendo sido proibido em várias cidades.
1 comentário:
... e julgo que foi neste filme que se ouviu pela primeira vez a palavra "virgem" no cinema americano... :):)
Luis Mira
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