Chance (Peter Sellers) é um humilde jardineiro que passou quase toda a sua vida em Washington D.C. a trabalhar para um idoso. A sua experiência de vida é curta. O pouco que conhece do mundo fora dos portões dos jardins resume-se às longas noites passadas em frente à televisão. Depois da morte do patrão, o inexperiente e leal jardineiro é posto na rua, à mercê do acaso. É esse acaso que vai fazer com que Chance acabe por conhecer Ben (Melvyn Douglas), um influente e doentio empresário, e a mulher deste, Eve (Shirley MacLaine). A partir deste momento, as palavras do simples jardineiro passam a ser tidas como sábias. E Chance, agora chamado Chauncey Gardner, torna-se amigo e confidente de Ben.
Jerzy Kosinski adaptou o seu próprio romance para o cinema, como se Peter Sellers tivesse nascido para ele. É talvez o papel mais emocionante e comovente do grande actor cómico, tendo sido nomeado para o Óscar, mas perdeu (para Dustin Hoffman em "Kramer vs. Kramer"), e acabaria por morrer no ano seguinte, vítima de um ataque de coração, com apenas 54 anos, completando apenas mais um filme.
Também era um dos momentos mais altos, e o último grande filme de um dos realizadores mais emblemáticos dos anos 70: Hal Ashby. Realizador de obras tão importantes como "Harold and Maud", "The Last Detail", "Bound for Glory", ou "Coming Home". A partir daqui, a sua carreira, seria sempre a descer, mas ainda deixou um legado de filmes muito importantes para uma época, acabando por falecer também muito precocemente, aos 59 anos.
É talvez a sátira cinematográfica mais potente da era da televisão e da política pós-moderna, "Being There" pronunciava uma geração de filmes que criticava a superficialidade da cultura de massas, e ninguém o fez com tanta economia como esta fábula profundamente simples.
Foi selecionado para a Palma de Ouro em Cannes, no ano de 1980.
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