terça-feira, 21 de outubro de 2014

O Homem Que Matou Liberty Valence (The Man Who Shot Liberty Valance) 1962



Quando o Senador  Ransom Stoddard regressa para casa em Shinbone, para o funeral de Tom Doniphon, conta a um editor do jornal local a história por detrás da sua vida. Ele tinha chegado à cidade muitos anos antes, um advogado por profissão. A diligência tinha sido roubada pelo rufia local, Liberty Valance, que tinha deixado Stoddard sem nada, a não ser uns livros de direito. Consegue um trabalho na cozinha de um restaurante, onde conhece a sua futura mulher, Hallie. Em flachback vamos ficar a saber como é que a vida destas quatro pessoas se cruzou.
A mudança da guarda, a perseverança de um homem, e a necessidade de um herói são temas recorrentes neste grande clássico de John Ford, The Man Who Shot Liberty Valance. Mais elegante do que a maioria dos westerns de Ford, resultou na única vez que contracenaram dois dos mais míticos actores da história do cinema, John Wayne, o cowboy maior do que a vida, e James Stewart, o bom rapaz que toda a gente gostava em Hollywood. O resultado seria um dos maiores westerns jamais feitos.
De certa forma, Wayne nunca esteve tão bem como aqui, nem mesmo em "The Searchers", e Stewart, que costuma estar sempre bem, mantém-se firme num papel oposto ao de Wayne, e mantém um contraste interessante com a dureza do outro actor. O personagem de Stewart é o mais efeminado dos dois, e usa mesmo avental a maior parte do filme, incluindo no duelo com o vilão. A fotografia de William H. Clothier dá ao filme uma atmosfera quase noirish, e Ford, como é habitual faz um grande uso do seu naipe de actores secundários, em especial Woody Stroode, e Lee Marvin como vilão. 
É evidente que Ford ficou cada vez mais desiludido com a sociedade, que é visível principalmente a partir da Segunda Guerra Mundial, e quanto mais profundo se tornou o seu desespero, mais visível isso ficou nos seus westerns. Mesmo nos filmes menores do final da sua carreira, como Cheyenne Autumn, a sua fé deu lugar ao pessimismo, tal como se vê nos filmes da cavalaria onde ele mostra os seus soldados a derrubarem os índios desarmados.
Foi o último filme que Ford fez com Wayne como protagonista. Os dois morreriam na década seguinte, Ford em 1973 e Wayne em 1979.
Filme escolhido pelo Nuno Fonseca.

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