sábado, 17 de maio de 2014

Herzog e Kinski - Maiores Amigos, Maiores Inimigos

Se a relação entre um realizador e um actor pode ser como um casamento, então Werner Herzog e Klaus Kinski foram o Richard Burton e a Elizabeth Taylor do seu tempo. Não apenas fizeram um punhado de filmes juntos, como também estiveram envolvidos na sua própria competição pessoal: ver qual é que conseguia enlouquecer o outro. Combustíveis, por vezes inseparáveis, Herzog posteriormente descreveu esta ligação como sendo "duas massas críticas que resultam numa perigosa mistura quando entram em contacto". Herzog tentou matar Kinski durante a rodagem de "Aguirre, Wrath of God" (1972) e anos depois planeou explodir a casa de Kinski, só não o fez porque teve pena do cão do actor. Kinski, por outro lado, gritava com o realizador, chegando a encostar um sabre ao pescoço de Herzog, durante a rodagem de "Cobra Verde". Na sua autobiografia Kinski acusou Herzog de traição, sadismo, megalomania, e, pior de tudo, falta de talento. O realizador, por sua vez, fez um documentário sobre a sua relação com Kinski, chamou-lhe "My Best Fiend" (O Meu Melhor Amigo), e começou com imagens de uma peça de teatro de Kinski onde ele abusa da audiência. Se esta relação tempestuosa ofuscou o trabalho dos dois, eles apenas têm que se culpar a si próprios.
Trabalharam juntos em cinco filmes, ao longo de 15 anos. Depois de "Cobra Verde" nunca mais voltaram a trabalhar juntos, Kinski faleceu 4 anos depois, em 1991. Alguns anos mais tarde Herzog dedicou-lhe um documentário, ao qual chamou "Mein liebster Feind" (O Meu Maior Amigo). Vamos começar este ciclo já, com este documetário, que podem tirar daqui. A programação do resto da semana vai ser a seguinte:

Segunda: Aguirre, o Aventureiro (1972)

Terça: Nosferatu, o Fantasma da Noite (1979)

Quarta: Woyzeck, o Soldado Atraiçoado (1979)

Quinta: Fitzcarraldo (1982)

Sexta: Cobra Verde (1987)


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