segunda-feira, 14 de abril de 2014

Ali Zaoua, Prince de la Rue (Ali Zaoua, Prince de la Rue) 2000



Passado na Casablanca dos tempos modernos, o filme começa com quatro adolescentes sem lar, que se separaram de um gang das ruas, e vivem no porto da cidade. Ali Zaoua é o mais estranho do quarteto, um jovem obcecado que fala insistentemente em viajar para uma ilha distante iluminada por dois sóis. O antigo gang dos quatro jovens localiza-os, e como pena de terem abandonado atiram-lhes pedras. Uma das pedras mata Ali, o que leva os seus amigos a tentarem deixar o corpo dele num porão vazio de um prédio. Subitamente os jovens têm uma dramática mudança, e decidem dar ao falecido um funeral digno de um príncipe. O resto do filme centra-se na tentativa dos restantes três amigos em darem um funeral apropriado a Ali.
Nascido e criado em Paris, Nabil Yaouch, cujo pai é marroquino, terra que ele voltou várias vezes, para fazer este seu segundo filme. É um melodrama sobre os "chemkaras", crianças das ruas, e com ele o realizador ganhou uma série de prémios por esse mundo fora. Yaouch envolve-nos na vida destas três crianças, limitando os papéis de altutos apenas a três personagens. Nos melhores momentos mostra-nos a inocência que estes jovens partilham, apesar de serem foragidos de um gang das ruas, e ao mesmo tempo captura os sonhos de crianças numa série de alucinações onde desenhos em jiz ganham vida.
São claras as influências de vários filmes, como "Los Olvidados", de Buñuel, ou "Pichote" de Hector Babenco, mas o tema seria melhor explorado num filme que sairia dois anos depois, "Cidade de Deus".
Feito com orçamento bastante elevado para um filme africano, acabaria por correr o mundo, e tornou-se em um dos primeiros sucessos do cinema africano deste novo milénio. Nunca chegou a estrear em Portugal, mas no Brasil chama-se "As Ruas de Casablanca".

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