quinta-feira, 10 de janeiro de 2013
O Retrato de Dorian Gray (The Picture of Dorian Gray) 1945
Ao lado de "The Canterville Ghost", e "The Importance of Being Earnest", "Picture of Dorian Gray" é uma das histórias mais famosas de Oscar Wilde. Embora tenha havido muitas adaptações cinematográficas, a versão de 1945 é a mais conhecida.
A história passa-se na Inglaterra da era vitoriana. Dorian Gray (Hurd Hatfield) é um jovem inexpressivo, cuja alma também é um pouco vazia. O seu retrato é pintado por Basil (Lowell Gilmore), que lhe deseja o melhor possível. No entanto, Lord Wotton (George Sanders) é quem lhe tem maior influência, e tem um prazer cínico em manipular Dorian, para este cometer os actos mais hediondos, e amorais.
Dorian pede o desejo de permanecer jovem para sempre, enquanto que o retrato fica com a queda dos seus pecados e da passagem do tempo. De alguma modo, o desejo é-lhe concedido; e a única explicação, muito vaga, está ligada a uma estátua sinistra de um gato egípcio.
Dorian tem um romance com uma inocente e jovem cantora, chamada Sybil (Angela Lansbury, num dos seus primeiros papéis). É aconselhado pelo Lord Wotton e descarta-la, mas a vida de boémio de Dorian torna-se o escândalo de Londres, mas o seu rosto e as suas feições permanecem inalterados. Até quando?
Pelos padrões de hoje, o aspecto deste filme de terror é muito suave. A discussão sobre este assunto, infelizmente, viria a introduzir muitos spoilers. Mas, enquanto que o sangue e a carnificina dos "modernos" filmes de terror está ausente, ainda há muitos momentos arrepiantes. O comportamento de Dorian, com excepção de um crime impulsivo, nunca parece corresponder ao retrato, e à sua mente distorcida. Mas a moral, é clara, não é julgar as pessoas pela aparência. Dorian pode parecer jovem e inocente, mas ele não é.
"The Picture of Dorian Gray" foi filmado a preto e branco, mas o retrato é mostrado a cores quando Dorian o vê. A fotografia de Harry Stradling ganhou um Óscar, e Angela Lansbury foi nomeada para melhor actriz secundária, mas não ganhou. O papel de Lord Wotton foi feito à medida para George Sanders, que se tornou especialista em papéis mais espirituosos e sinistros (All About Eve, Rebecca). A personagem de Sanders é um grande feito para a carreira do actor, assim como a de Hurd Hatfield. Embora o papel de Hatfield exigisse pouco mais do que uma boa postura, ficaria para sempre associado a ele. Continuaria a aparecer em filmes nas décadas seguintes, quase sempre em papéis secundários.
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Não tenho aparecido como comentador mas vou vendo os lançamentos aqui feitos. Ora este do Retrato de Dorian Gray não me ficou indiferente pois ainda há uns meses atrás vi o recente remake de Hollywwod pelo DVD que tenho na estante e apesar de ter gostado da história e do design de produção, notei que o filme lhe faltava algo para ser ao menos minimamente bom.
ResponderEliminarE agora ao dar com este post, é que me ficou claro da origem do remake. Realmente o recente tem um leve teor de algo proximo do terror mas que não consegue deixar de ser apenas algo do fantástico. O original, a julgar pela descrição e pelo trailer (obrigado pelo trailer - só falta arranjares posters para os posts, carago!) servia-se do fantástico e prosegguia no sentido do terror soft, cuja encenação e imagem a preto-e-branco muito ajudam a potenciar.
Gostei deste post.
Well done, Chico!
Thanks my friend :)
ResponderEliminarEste mais recente é apenas um filme mediano, e ao passo que este é bem mais interessante ;)