quarta-feira, 12 de setembro de 2018

O Mundo do Vício (Le Bas-Fonds) 1936

Um ladrão carismático faz amizade com um barão falido que vem morar para a zona do ladrão. Enquanto isso, o ladrão procura o amor de uma jovem mulher, que é mantida cativa emocionalmente pela família do seu senhorio. 
A meio da década de trinta Jean Renoir já estava totalmente comprometido pelos ideiais do Comunismo e, em comum como a maioria da população, via a ideologia Marxista-Leninista como solução para a França, tanto do ponto de vista tanto político como económico. Tendo demonstrado a sua simpatia pela ala esquerda em filmes como "La Vie est à Nous" (1936) ou "Le Crime de Monsieur Lange" (1936), Renoir mostrou todo o suporte por esta ala política no seu próximo filme, "Le Bas Fonds". Renoir descreveu o filme como "um poema realista sobre a perda da dignidade humana", um filme que retratava solidariedade entre os oprimidos, e opressão entre os ladrões da sociedade, jogadores, prostitutas e alcoólicos. Isto foi o mais próximo que Renoir alguma vez chegou ao realismo social, mesmo que o o optimismo do realizador diminuísse a desolação do assunto. 
"Le Bas-Fonds" era baseado num popular livro de 1902 chamado "Na Dne" do famoso escritor russo Maxim Gorky ( que foi posteriormente adaptado por Akira Kurosawa em "Donzoko" (1957)) Renoir foi facilmente persuadido a fazer o filme pelo produtor Alexandre Kamenka, tentado não só pela inclinação da obra pela ala esquerda, mas também para trabalhar com dois dos monstros mais sagrados do cinema francês da altura: Jean Gabin e Louis  Jouvet). Renoir tinha algumas reservas em relação ao livro, mas o seu argumentista adaptou tudo para os tempos modernos. 
Ganhou o prémio Louis Delluc, no seu primeiro ano.
Este é um filme escolhido pelo Alexis Skredkeiro.

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