segunda-feira, 10 de setembro de 2018

De Sábado Para Domingo (Ze Soboty na Nedeli) 1931

Mána é uma jovem secretária. Uma noite, ela e a sua colega de quarto acompanham dois ricos cavalheiros mais velhos para um jantar. Depois de um deles lhe oferecer dinheiro, ela apercebe-se das suas intenções, e foge do restaurante em estado de choque. Mais tarde, conhece um homem chamado Karel num café das proximidades. Passam a noite a vaguear pelas ruas chuvosas de Praga, e os dois rapidamente desenvolvem um sentimento forte um pelo outro.
Gustav Machaty começou no cinema mudo como actor, depois aprendeu a realizar em Hollywood como aprendiz de D.W. Griffith e Erich von Stroheim (foi, por exemplo, assistente de Stroheim em "Foolish Wives"). "De Sábado Para Domingo" é o seu primeiro filme falado, uma obra onde ele agarra a nova tecnologia de uma forma muito inventiva, e intensifica esta história da era da Depressão com um humor muito subtil. Apesar de não ser tão gráfico como o notável "Ecstasy" (1933), realizado por Machaty dois anos depois, este melodrama compacto adopta uma abordagem sofisticada ao amor, tratando o sexo com franqueza, e o romance com cepticismo. 
Se a história é invulgar, a narração é soberba. Os personagens são caracterizados com um forte senso de contexto social, e o filme é uma obra prima do cinema falado inicial. Três dos colaboradores do filme foram Jaroslav Jezek, um dos fundadores do jazz da Checoslováquia, o poeta surrealista Vítezslav Nezval, autor do argumento a partir de uma obra sua, e o realizador experimental Alexander Hammid. Sinal de que no período anterior à Guerra os autores de avant-garde checos tinham uma contribuição significativa nas produções mais mainstream. 
Filme escolhido pelo Luis Miguel Oliveira.

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