segunda-feira, 6 de agosto de 2018

Carnival of Sinners (La Main du Diable) 1943

Nas montanhas, numa noite chuvosa de Inverno, um homem misterioso chega a uma pousada cheia de turistas. O estranho comportamento de Roland Brissot (Pierre Fresnay) chama a atenção de todos, e compelido pelos acontecimentos, bem como pela hostilidade da multidão circundante, ele relutantemente começa a contar a sua história. Outrora um fracasso como pintor, e como homem, ele conheceu Mélisse (Noël Roquevert), dono de um restaurante que lhe vendeu um talismã que trouxe grande sucesso tanto na sua vida pessoal como profissional. Infelizmente, como o espectador irá descobrir, ele não se consegue livrar do talismã, uma mão esquerda que pertence ao próprio Diabo, que a vem pedir de volta.
Enquanto que o seu filho Jacques Touneur injectava novo sangue no cinema de terror americano com o seu primeiro trabalho produzido por Val Newton, "Cat People" (1942), Maurice Tourneur filmava a sua primeira obra do género desde que tinha voltado para França, em 1928. "La Main du Diable" é uma adaptação moderna e bastante livre do conto de Gérard de Nerval (A Mão Encantada), publicada pela primeira vez em 1832.
O tema da mão alienada ou "possuída" não era muito vulgar para o género terror, sendo o exemplo mais famoso "Les Mains d'Orlac", escrito pelo romancista francês Maurice Renard e filmado pela primeira vez por Robert Wiene, em 1924. No conto de Renard as mãos de um assassino são transplantadas para o protagonista, obrigando-o a matar. "La Main du diable" de Maurice Tourneur não lida com nenhuma transformação física espectacular. Quando Roland compra o talismã apenas as suas impressões digitais mudam. Muito antes do DNA ser descoberto, as impressões digitais de uma pessoa eram consideradas provas irrefutáveis da sua identidade. 
O filme era produzido pela Continental Films, a companhia mais importante em França durante a ocupação alemã. Presidida por um alemão, Alfred Greven, a Continental era financiada pelo dinheiro das forças de ocupação. Tem sido bastante discutido se os filmes feitos por esta produtora eram de propaganda ou não, e de facto, aparentemente, não eram. Alguns estudiosos concluíram que os filmes de terror feitos neste período passavam mais facilmente pelas restrições à censura.
Filme escolhido pela Inês Esteves. 

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