segunda-feira, 2 de abril de 2018

Enthusiasm (Entuziazm (Simfoniya Donbassa)) 1931

Objectos em movimento, objectos em sincronia com sons, harmonia audiovisual, uma metáfora perfeita para a supremacia colectivista soviética. Uma rede pulsante de pessoas e máquinas e máquinas que fazem máquinas que as pessoas usam para fazer máquinas para escavar carvão, colher trigo, e fazer filmes. 
Depois de "O Homem da Câmara de Filmar" Vertov tinha apenas uma via inexplorada nas suas experiências com o meio cinematográfico, o som. O som já existia no cinema há alguns anos, mas muitos duvidavam de usar o som sincronizado, nos primeiros tempos. Com "Enthusiasm: Symphony of the Donbass" Vertov abraçava o som de todo o coração. 
Depois de documentar uma demonstração anti religiosa em Donbass, o filme analisa como os mineiros da bacia de Don (uma das maiores zonas industriais da Ucrânia) se esforçam para cumprir a sua parte no plano de Cinco anos, em apenas quatro anos. Mais uma vez temos um filme a exaltar as virtudes do modo de vida socialista na União Soviética. 
Este filme documental, experimental e sinfónico é conhecido principalmente como uma incursão ousada na sincronização audiovisual, elogiado pelo seu uso hábil e poético do som concreto. O som não era um novo brinquedo para Vertov. Antes de o experimentar em filme, Vertov andou na órbita do poeta futurista Mayakovsky, estudou música, fez vários ensaios sobre som, rádio e cinema, e ainda tentou um projecto grande fonográfico: um estúdio de som para a gravação e catalogação de filmes. 

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