terça-feira, 12 de maio de 2015

As Férias do Sr. Hulot (Les vacances de Monsieur Hulot) 1953



Monsieur Hulot vai de férias para um resort à beira-mar, mas os acidentes e os mal-entendidos seguem-no onde quer que ele vá. A paz e tranquilidade dos hóspedes do hotel não duram muito tempo com Hulot por perto, e embora as suas intenções sejam sempre boas, acabam sempre catastróficamente.
"Les vacances de Monsieur Hulot" pertence a uma classe rara de filmes. É um desses filmes que evocam um humor tão quente, vibrante, que há algo de mágico imbuído nas suas quase duas horas de duração. É um filme sobre as férias, que partilha um ritmo descontraído, idílico com o público, sem nunca chegar a exagerado. Até mesmo nos momentos em que o filme deveria ser angustiante, há uma calma que nos obriga a aliviar o stress ou a ansiedade. Uma das melhores sequências do filme é-nos introduzida nos momentos iniciais: um cão a dormir a sesta no meio da estrada. O motorista do carro de turistas toca a buzina, e o cão olha lentamente para cima, antes de saír do meio do caminho. Momentos depois o cão volta para o local onde estava a dormir, no meio do caminho. Mr. Hulot (Jacques Tati), chega logo depois, e nem o som terrível do motor do seu veículo motiva o cão a saír da frente. O cão permanece completamente indiferente, pelo mundo ao seu redor. 
"Les Vacances de Monsieur Hulot" provoca-nos um sentimento semelhante, de completo e absoluto relaxamento. O elemento mais potente a produzir este efeito é a utilização da musica. “Quel temps fait-il à Paris”, de Alain Roman, é um música lenta, repetida ao longo do filme. Esta repetição provoca um profunda sensação de familiaridade, à medida que o filme se desenvolve. A personagem principal também faz parte do núcleo central do filme. Monsieur Hulot é o epítome de um cavalheiro, educado e atencioso. Apesar de ser realmente agradável é também é muito infantil no seu comportamento. Isto leva-o a sobrestimar as suas próprias habilidades ao se aproximar de um problema, ou confundir algo inócuo com um problema que ele próprio deva tentar resolver. 
Em 1956 foi nomeado para o Óscar de Melhor Argumento, apesar de quase não ter diálogos.

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