"491", um filme chocante para o seu tempo, mas que provavelmente parece mais comovente do que pertubador para os espectadores contemporâneos. Adaptado do livro do mesmo nome escrito por Lars Gorling (que acabou por cometer suicídio), a história fala-nos de seis rapazes problemáticos que são selecionados para passar por uma experiência social, na casa de uma assistente social sob diretrizes comportamentais específicas. Supostamente estão por sua própria vontade, mas na verdade não têm escolha, porque a alternativa é a prisão. O filme contém algumas sequências chocantes para o público da década de 60, incluindo a alusão à sodomia entre dois dos jovens e o inspector a quem eles devem reportar as suas actividades, e uma cena (retratada fora do campo de visão) de violação de uma jovem por um cachorro.
O realizador Vilgot Sjoman é mais conhecido nos Estados Unidos por "I Am Curious: Yellow", mas o seu filme anterior, "491", também criou polémica, quando os agentes alfandegários dos Estados Unidos se recusaram a permitir a entrada deste filme no país. Sjoman queria retratar uma actriz adolescente nua no filme, mas as limitações da censura nos Estados Unidos obrigaram o realizador a cobri-la. O realizado" concordou mas resmungou sobre os "clichés" de Hollywood, que teve de satisfazer. Mesmo assim, o filme não passou na alfândega, foi declarado "obsceno" e confiscado.
Mais um longo caso se iniciou em tribunal, entre o Governo dos Estados Unidos e o filme "491", uma dura batalha que acabou por ter como vencedor o filme. Na sua decisão os juízes escreveram que o filme "lidava com problemas sociais que não estavam apenas à nossa porta, mas muito além do limiar", e consideraram o filme como "constitucionalmente protegido e não obsceno".
* Legendas em inglês
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