domingo, 20 de junho de 2021

Parada de Monstros (Freaks) 1932

A ideia base para este filme tem sido várias vezes atribuída ao actor alemão anão Harry Earles, que teve um papel significativo no filme de Tod Browning "The Unholy Three", e ao chefe de produção da MGM Irving Thalberg. Earles sugeriu que Browning adaptasse a história curta "Spurs" que conta a história de uma mulher gigante que casa com um anão rico para ficar com o seu dinheiro, mas afinal de contas ele irá acabar por aterrorizar a vida da mulher gigante. Numa versão alternativa da génese do filme, "Freaks" foi criado para capitalizar a onde de filmes de terror, como "Drácula" ou "Frankenstein". Thalberg queria um filme para Browning depois do sucesso de "Dracula", e tinha de ser algo ainda mais aterrorizante do que os dois filmes de sucesso do ano anterior, e o resultado foi ainda mais perturbador do que Thalberg pensava. O perfácio explicava aos espectadores a história social dos protagonistas, e como o medo e a paranoia das pessoas ditas "normais" resultaram na crueldade contra os protagonistas do filme. 
A propaganda ao filme foi marcada pelo conteúdo controverso, com taglines que diziam coisas como" "Será que uma mulher gigante realmente pode amar um anão?", "Será que os gémeos siameses fazem amor?", "De que sexo é o meio-homem meia-nulher?". O lançamento do filme foi marcado por muita controvérsia por causa do uso de pessoas deformadas e malformadas em vez de actores reais maquilhados. O elenco final apresentava o mais estranho casting jamais visto num filme, desde um homem sem membros que rola e acende um cigarro com os dentes, a um meio-homem, meio-mulher, entre tantos actores com defornações.
A polémica instalou-se logo durante as rodagens, quando um grupo de funcionários do filme se queixou porque estavam perturbados com as malformações do elenco, e queria o filme interrompido. Louis B. Meyer ficou furioso com Thalberg, como ele aprovou a produção do filme, e um grupo de executivos da MGM tentou convencê-lo a parar com o projecto. Mas Thalberg estava inflexível, e prometeu assumir as culpas se o filme desse para o torto. 
Tiveram de cortar 25 minutos para que  o filme pudesse estrear em Los Angeles, mas as receitas foram baixas, e a MGM retirou o filme passadas duas semanas de exibição. Num esforço de salvar o filme Browning filmou mais dois finais alternativos, incluindo um final feliz, que foi enviado para os outros estados americanos. A maioria dos estados proibiu o filme mesmo sem visualizá-lo, tal já era a má fama que tinha, e de certa forma marcava o fim da carreira do realizador em Hollywood. A partir da década de sessenta o filme foi reaproveitado, atingindo o estatuto de culto.


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