Num prológo antes da exibição dos créditos, um senhor de smoking sai de trás de uma cortina fechada e faz um "aviso amigável" ao público:
"Como vai? O Sr. Carl Laemmle [o produtor] acha que seria um pouco desagradável apresentar este filme sem apenas uma palavra de advertência amigável. Estamos prestes a desvendar a história de Frankenstein, um homem da ciência que procurou criar um homem segundo a sua própria imagem sem contar com Deus. É uma das histórias mais estranhas já contadas. Ele lida com os dois grandes mistérios da criação - vida e morte. Acho que vai emocionar. Isto pode chocá-lo. Pode até - horrorizá-lo. Então, se algum de vocês sente que não se consegue submeter os nervos a tal tensão, agora é sua hipótese. . . uh ... bem, nós avisamos."
A história de Frankenstein dificilmente causaria uma reação nos dias de hoje, mas o público que assistiu à estreia a 29 de Outubro de 1931, no Granada Theatre em Santa Barbara, Califórnia, achou o filme violento demais, e traumatizante para as crianças. Numa biografia do realizador James Whale, um produtor que acompanhou o realizador na estreia disse que o filme deixou o público nervoso, uma reação que deixou Laemme perturbado, ao ponto de considerar o filme um desastre.
Depois das críticas recebidas na estreia, alguns estados foram exigentes e ordenaram uma série de cortes para que o filme fosse exibido, como por exemplo, na cena em que o monstro afoga a menina, uma cena que ainda é dura para os dias que correm, entre várias outras. Depois dos cortes terem sido feitos, ainda foram pedidos mais uma série de cortes para que o filme fosse exibido noutros estados.
Curiosamente, a censura da cena em que o monstro (por ingenuidade e acidente) afoga a criança acabou por tornar o filme ainda mais sinistro.
ResponderEliminarNa versão censurada e os espectadores somente são confrontados com a cena em que o monstro encontra a menina e depois com a cena em que se vê o cadáver dela, sem que se perceba o que aconteceu. Deixando no ar a sensação de que o monstro intencionalmente mutilou a criança ou que a tivesse violentado.
Um daqueles casos notórios em que a censura acabou por tornar as coisas ainda piores e mais macabras do que a intenção original.