Num complexo habitacional, um jovem preparatório para a universidade espia a sua vizinha, uma ex-activista da paz que agora leva uma vida normal como dona de casa, tendo um caso secreto com um ex-amante. O voyeurismo deste jovem solitário e sombrio irá terminar numa explosão de loucura.
Os "pink films", como ficaram mais tarde conhecidos, eram filmes eróticos japoneses que ficaram conhecidos por estarem politicamente ligados à extrema esquerda. Os expoentes mais proeminentes usavam o sexo como um cavalo de Tróia para espalharem as suas mensagens subversivas e a metáfora perfeita para encenar a então convicção popular de que a esfera privada coincidia com a política. Emblemático a esse respeito, "Affairs Within Walls", ou "Secrets Behind the Wall", como preferirem, foi o primeiro filme "pink" a ser exibido fora do Japão, quando foi selecionado para o Festival de Cinema de Berlim. Sexualidade, voyeurismo, e a política revolucionária são aqui implantados como elementos alegóricos, mas também funcionam como tropos eminentemente narrativos, encarnando os dilemas e atribulações dos personagens.
Kôji Wakamatsu já tinha dirigido 20 filmes para a Nikkatsu, entre 1963 e 1965, e foi muito bem recebido em Berlim, mas temendo represálias do governo por não ter previamente submetido o filme ao conselho de classificação, decidiu lança-lo internamente apenas num circuito doméstico reduzido. Abandonou depois a Nikkatsu, tendo se dedicado a fazer produções independentes de baixo orçamento.
Legendas em inglês.
Boa noite!
ResponderEliminarCom a mesma sinceridade com que lhe louvei o ciclo de Cinema Espanhol lhe direi que este sobre o "Western" me deixou com imensa água na boca.
Entendamo-nos: foram excelentes filmes que fazem com que todos os cinéfilos lhe estejam gratos pela possibilidade de os ver "de enfiada" e de os "baixar" para a sua coleção pessoal, se for caso disso. E, ainda por cima, com legendas em portugês, como julgo que foram todos.
Porém - azar dos Távoras!... - todos estes "westerns esquecidos", com excepção de dois, passaram na televisão nos últimos dois anos! E, para acabar em beleza, o filme do Kelly passou na televisão no mesmo dia em que o pôs aqui...! A culpa não é sua, como é óbvio, mas o azar é muito para alguém que, como eu, já salivava só de pensar que outras coisas lhe poderiam cair no sapatinho. Mas há males que vêm por bem... Aproveitando o balanço do seu ciclo acabei por ir buscar os 4 ou 5 que ainda me faltavam ver da lista que vem no "The Noir Western", de David Meuel. E sem este ciclo, provavelmente estaria noutra...
Mais uma vez obrigado!
Do Wakamatsu só conheço os filmes que foram editados em Portugal.
Estarei atento.
Um abraço cinéfilo,
LM
Boa noite senhor Mira. Bem, eu na verdade nem vejo televisão, por isso foi uma grande coincidência que eles tenham passado, e ainda mais no mesmo dia que publiquei o do Kelly. Parte destes filmes tinham sido publicados num outro ciclo que fiz no meu outro blog, há cerca de 10 anos. Aproveitei, e acrescentei mais alguns.
ResponderEliminarAtrasei-me na preparação deste ciclo do Wakamatsu, e avancei com este dos westerns. Este vai ter perto de 25 filmes.
Abraço
Boa tarde! Eu também não perco muito tempo com a televisão, mas adquiri o hábito de, todas as semanas, fazer uma pesquisa e pôr a gravar os filmes que me interessem e que passem durante a semana seguinte. O canal onde passaram a maior parte dos filmes que lhe referi é o Fox Movies (64 e 92 na minha TV) onde, no meio de muita "ganga", é possível encontrar coisas de interesse. Por exemplo, já lá passou, recentemente, um interessante ciclo de Jerry Lewis, da "blaxploitation" com os filmes da Pam Grier e também uma série de 8 filmes apresentados pelo Tarentino que, segundo o próprio, terão influenciado o seu último filme. Revi aí o "Model Shop", do Demy, que não via há muito tempo. Neste momento o canal voltou ao "Western", com muitos "spaghetty" pelo meio mas também com coisas menos vistas como, por exemplo, "McCabe & Mrs. Miller" e "Jeremiah Johnson".
ResponderEliminar25 filmes dá quase para uma obra completa, mas eu sei que esses japoneses faziam filmes às pazadas...
Boa sorte para o ciclo.
Um abraço,
LM