quarta-feira, 13 de maio de 2020

Io la Conoscevo Bene (Io la Conoscevo Bene) 1965

Adriana é uma jovem do interior, que é apanhada nas tentações tempestuosas da cidade grande. Está convencida de que tem o que é preciso para ser uma estrela de cinema, e só precisa de conhecer o produtor certo que reconhecerá o seu talento e iniciará a sua carreira. Mas, na Cidade Eterna, os homens que ela atrai apenas querem saber das curvas do seu corpo. Alguns são bandidos e traficantes, outros são camaleões ricos que vivem vidas duplas há anos. 
Embora Antonio Pietrangeli seja menos conhecido do que os seus contemporâneos, o seu envolvimento no cinema italiano entendeu-se desde o inicio do neo-realismo até ao aos anos 50 e 60, quando esse movimento evoluiu intelectualmente para a dissecação da recuperação económica do pós-guerra e as consequências sociais e políticas que resultaram da prosperidade e uma rejeição das normas sociais tradicionais. Como argumentista, Pietrangeli colaborou com Visconti (“Ossessione”, 1943, “La Terra Trema” 1948) e Rosselini (“Europa´51”, 1952, “Viaggio in Italia” 1954), entre outros. Como alguns destes filmes indicam, uma característica marcante do trabalho do realizador era o interesse e preocuupação pela experiência das mulheres nessas décadas de transição. 
Pietrangeli escreveu o argumento em conjunto com Ruggero Maccari e Ettore Scola, e apesar de ter os seus interludios cómicos é um filme que tingido por uma sensação de angústia numa sociedade que explora incansavelmente os vulneráveis. O ponto de comparação óbvio é “La Dolce Vita” (1960) de Fellini, e conta com uma grande presença da actriz Stefania Sandrelli, então com apenas 19 anos e já um punhado de filmes inportantes em carteira, além de um punhado de grandes actores como co-adjuvantes: Mario Adorf, Jean-Claude Brialy, Nino Manfredi, Ugo Tognazzi ou Franco Nero (tentem lá descobri-lo). 

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