quarta-feira, 6 de maio de 2020

40 dias 40 filmes – Cinema em Tempos de Cólera: “Uma Vida Inteira”, de john Ford

O Jornal do Fundão, os Encontros Cinematográficos, o Lucky Star – Cineclube de Braga, o My Two Thousand Movies e a Comuna associaram-se nestes tempos surreais e conturbados convidando quarenta personalidades, entre cineastas, críticos, escritores, artistas ou cinéfilos para escolherem um filme inserido no ciclo “40 dias, 40 filmes – Cinema em Tempos de Cólera”, partilhado em segurança nos ecrãs dos computadores de vossa casa através do blog My Two Thousand Movies. O trigésimo sexto convidado é o historiador de cinema Tag Gallagher, autor do monumental volume sobre John Ford intitulado John Ford: The Man and His Films, e que escolheu The Long Gray Line, pois, como começou por dizer: «Bem, nunca pode haver Ford demais, por isso escolho “The Long Gray Line”»

Sinopse: Homenagem de John Ford ao Exército, evocando a mais célebre instituição para a formação de oficiais, a Academia de West Point. Centra-se na história de “Marty” Maher, treinador na Academia e da sua relação com cadetes que se tornarão famosos, como Eisenhower (interpretado por Harry Carey Jr). Um dos melhores trabalhos de Tyrone Power e Maureen O’Hara em estado de graça.

O crítico e argumentista Frank S. Nugent escreveu no livro colectivo John Ford Made Westerns que “John Ford é um homem grande e bamboleante com um rosto enrugado, cabelo ruivo que enfraqueceu com os anos, um feitio que não enfraqueceu, e um dom para fazer filmes que lembra de forma desconfortável a Hollywood que os filmes não são apenas uma indústria, mas uma arte. Entre os conhecedores de cinema, é considerado um dos maiores realizadores que já viveram; alguns chamam-no o maior. Ganhou três Óscares da Academia pessoalmente endereçados—entre os realizadores, só Frank Capra tem tantos como ele—e é o vencedor inigualável por quatro vezes dos prémios anuais da Associação de Críticos de Nova Iorque para realização. Ford tem orgulho dos seus troféus, mesmo sem nunca ter aparecido nos jantares da Academia ou nas transmissões dos críticos para os aceitar. Odeia publicidade.” 
Em entrevista a Jean Mitry para a revista Cinémonde, em 1955, e quando o francês lhe pergunta quais são os filmes preferidos entre os que fez, John Ford contra-ataca com a sua humildade mordaz, dizendo “os meus filmes preferidos? Bah! Não sei. Diz que fiz bons filmes, acredito em si. Não sabia que as pessoas estavam tão interessadas no meu trabalho, em França. Fico encantado, mesmo assim. Bom! Digamos The Long Voyage Home, Stagecoach, The Informer. The Sun Shines Bright também e o meu último, The Long Gray Line. Acho que é um dos melhores. Vai ver.” 

Amanhã, a escolha de Francisco Rocha.

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