terça-feira, 28 de janeiro de 2020

Kagemusha - A Sombra do Guerreiro (Kagemusha) 1980

Quando um poderoso senhor da guerra no Japão medieval morre, um pobre ladrão contratado para personificá-lo encontra dificuldades para cumprir o seu papel e entra em conflito com o espírito do senhor da guerra durante tempos turbulentos no reino.
Em 1980, Akira Kurosawa entrava na sua quinta década como realizador de cinema, e era mais conhecido fora do seu país natal, o Japão, pelos seus filmes de samurais, incluindo "Os Sete Samurais" (1954), "The Hidden Fortress" (1958), "Yojimbo" (1961), e "Sanjuro" (1962). Chegamos a "Kagemusha", um passe ousado para o grande mestre japonês. Era um filme que o mestre japonês tentava fazer há mais de meia década, e só foi possível quando George Lucas e Francis Ford Coppola convenceram a 20th Century Fox a desembolsar um milhão e meio de dólares para os direitos de distribuição internacional. Nunca tinha feito um filme como este em scope, mas acabaria por fazer uma obra prima de enorme grandeza histórica, e de questões pessoais intimas sobre identidade e poder. 
"Kagemusha" é um dos filmes mais intensamente visuais de Akira Kurosawa, que alguns argumentam ser o resultado de um longo período de gestação. Durante cinco anos Kurosawa pintou centenas de imagens que serviriam de storyboard para o filme. Assim, ele tinha-o completamente mapeado na cabeça antes de pegar na câmara. As imagens pintadas ao longo do filme são impressionantes, pois Kurosawa habilmente mistura realismo com técnicas artistas e toques de surrealismo. 
Kurosawa encontra aqui a sua voz cinematográfica mais autoritária no momento em que a sua carreira era mais ameaçada. A década de 70 foi bastante difícil para ele, e chegou-se a pensar que não seria capaz de fazer outro filme. Felizmente "Kagemusha" trazia de volta o realizador, concorrendo para a Palma de Ouro em Cannes, e reacendendo a sua carreira definitivamente. 

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