terça-feira, 22 de outubro de 2019

Foi Uma Mulher Que O Perdeu (Le jour se lève) 1939

Um homem é baleado atrás de uma porta fechada. Ele tropeça pelo apartamento, e cai pelas escadas abaixo , passando pela única testemunha, um homem cego. A policia está confusa, e acredita que o atirador se trancou no quarto. Ninguém sabe quem é o morto, muito menos porque o vizinho supostamente atirou nele. O único que tem todas as respostas está atrás de uma porta fechada, e sem falar. 
Esta é a sequência de abertura, e a configuração básica para "Le Jour se Lève", um "thriller" tenso de Marcel Carné de 1939. O atirador é interpretado pelo formidável Jean Gabin, um dos actores mais naturalistas e credíveis da história do cinema. A sua presença é como a de Bogart, e precursora de  Depardieu, mas na verdade ele é apenas Gabin, um actor único. Perfeitamente credível como um herói da classe trabalhadora, e o tipo de personalidade que poderia despertar o nosso interesse agarrado à solidão do seu quarto. É isso mesmo que acontece em "Le Jour se Lève", embora a sua noite escura da alma esteja carregada de memórias e arrependimento. 
A coisa porque este filme é mais conhecido, é pela sua forma única de contar histórias. É um dos primeiros filmes que apresenta uma história, principalmente, contada em flashbacks, variando continuamente entre o passado e o presente. Esta técnica de contar histórias foi, pouco tempo depois, tornada mais famosa em "Citizen Kane", de Orson Welles.  Também é conhecido por ter quatro directores de fotografia diferentes, e as sombras e a sua aparência visual desempenham um papel importante no filme.
Legendas em inglês. 

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Imdb

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