segunda-feira, 26 de agosto de 2019

Alone on the Pacific (Taiheiyô Hitoribotchi) 1963


Kenichi Horie está determinado a desafiar a sua família e as leis da natureza atravessando do Pacífico para a América num pequeno veleiro. Apesar de ter feito um planeamento muito cuidadoso, muitos eventos imprevistos irão testar a sua determinação.
Em 1962, quando o jovem Horie Kenichi completou a primeira viagem marítima pelo Oceano Pacífico, entre Osaka e São Francisco, uma viagem feita num barco sem motor, e com pouca experiência em navegação, as reacções no seu país de origem foram de rejeição, e até vergonha. No Japão da época, as crenças colectivas eram de que nenhum indivíduo deveria perturbar a harmonia de todos, e ao entrar secretamente em tal viagem, sem obter permissão oficial, as acções de Horie eram vistas não como heroicas, mas como acções de um maluco. Era uma conquista vista de um modo diferente por ambas as sociedades, nos Estados Unidos a acção de Horie foi amplamente divulgada e muito celebrada, embora ele tenha sido inicialmente preso por não ter passaporte, mas foi rapidamente libertado e recebeu um visto para um período de 30 dias.
No regresso ao país de origem Horie escreveu um livro sobre a sua aventura marítima, que foi prontamente adaptada para o cinema pelo casal Kon Ichikawa e a argumentista Natto Wada, sua esposa. O filme acabou por conquistar o público de uma forma de que o evento original não o fez, talvez pela forma como o filme é contado, num formato mais associado à aventura e à ficção, com um papel central entregue ao actor Yûjirû Ishihara, um actor que tinha tendência a interpretar psersonagens que perseguiam os seu sonhos, desafiando as regras e a aprovação da sociedade, algo que estava bem identificado com o personagem centrar deste filme.
A maior parte do filme é ocupado pela jornada em si, cuja história de um homem num barco é interrompida por flashbacks de Horie e os preparativos para a viagem, e as conversas com os membros da sua família sobre as suas intenções. Cinematograficamente a natureza épica da viagem é contada com muita eficácia, principalmente com um óptimo trabalho de fotografia da autoria de Yoshihiro Yamazaki.
Seria nomeado para o Globo de Ouro de Melhor filme estrangeiro de 1964, além de ter feito parte da Seleção oficial de Cannes desse mesmo ano. 
Legendas em inglês.

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