"Compulsion" foi realizado em 1959, 35 anos depois de Nathan Leopold e Richard Loeb cometerem um assassínio na vida real no qual o filme (e o livro, que o precedeu em 3 anos, escrito por Meyer Levin em 1956) é baseado. É difícil imaginar um mundo onde os média levariam tanto tempo para capitalizar tais eventos terríveis, dado que a televisão moderna teria assunto para um drama no ar durante meses. O facto é que o advogado de Leoold e Loeb era o famoso Clarence Darrow, o que tornaria tudo mais complicado para a comunicação social. O filme "Rope"(1949) de Hitchcock, também teria ecos destas duas personagens, e também teve influências de um peça de 1929, muito mais oportuna.
"Compulsion" está dividido em duas partes. A primeira é dedicada ao crime, mais especificamente à tentativa de Judd e Artie o esconderem, com duas grandes interpretações do par central, Dean Stockwell e Bradford Dillman. Judd é o cérebro, um jovem perdido que tenta esconder as suas emoções atrás de um elevado intelecto. Stockwell interpreta a sua personagem com uma tensa fragilidade, ansioso por agradar a Artie, que é muito mais visceral. A segunda parte do filme é dedicada aos eventos no tribunal, e é aqui que aparece Orson Welles, no papel do advogado dos dois jovens.
Atrás das camaras estava Richard Fleischer, um homem mais dado a filmes de acção, que aqui consegue mergulhar no melodrama da melhor forma. De notar que os três actores principais, Stockwell, Dillman e Welles, ganharam em conjunto o prémio de melhor actor no Festival de Cannes.
Sem comentários:
Enviar um comentário