domingo, 16 de dezembro de 2018

Cópia Certificada (Copie Conforme) 2010

Ele (o barítono William Shimell) é um escritor inglês em busca de um significado para a vida. Ela (Juliette Binoche) é uma galerista francesa em busca de originalidade. Quando, depois de uma conferência dele, se conhecem, decidem passear por uma pequena cidade no sul da Toscana, onde embarcam num jogo: durante todo aquele dia vão fingir ser um casal. Contudo, a forma como inventam essa relação é de tal modo convincente que acabam por se tornar um, criando assim a sua própria história de amor.
Uma co-produção entre a França, a Itália e a Bélgica, é o primeiro filme do realizador Abbas Kiarostami fora do seu país natal.Como é típico no trabalho de Kiarostami, que o crítico Geoffrey Cheshire chamou correctamente de um "cinema de perguntas" num ensaio de 1996, o filme levanta mais questões do que resolve, recusando-se a esclarecer qualquer tipo de "verdade" profunda ou "significado" em favor de envolver a imaginação e a moralidade do espectador. Tal como Krzysztof Kieślowski, Ingmar Bergman, Terrence Malick, e Andrei Tarkovsky (entre outros), Kiarostami é mais um filósofo do que é um realizador, e os seus filmes funcionam de acordo com isso, colocando questões que ele sabe que não têm respostas simples.
Dado o subtexto do filme sobre originais e cópias e as suas bifurcações narrativas, Kiarostami encoraja-nos a ver o filme em termos de como as suas diferentes partes se relacionam umas com as outros, emocionalmente e filosoficamente, se não narrativamente. O caractér provisório da interacção inicial dos protagonistas como estranhos e a posterior irritação das suas tensões conjugais estão fundamentalmente ligadas, pois ambas reflectem a luta pela ligação e afirmação interpessoais. 
Filme escolhido pelo Paulo Fonseca. 

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