segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015
Outono (Giorgobistve) 1966
Começa como se fosse um lento documentário sobre a época alta da produção do vinho, no interior Georgiano. O realizador começa por nos mostrar a colheita das uvas e as várias viagens às quintas onde são colocadas em pequenas caixas e esmagadas, à moda antiga, com o pé, com o seu sumo a ser levado para o interior de várias garrafas. A sequência termina com um grande jantar numa dessas quintas, com muita comida e vinho a serem servidos a um grande grupo de homens, pelas suas mulheres. É, naturalmente, uma visão paradisíaca da vida no campo da Georgia, um mundo em que os camponeses celebram os seus próprios sucessos agrícolas, uma vinculação directa da terra.
O filme transfere-se então para a cidade, para uma mesa de pequeno almoço onde a mãe e o pai estão indignados com o filho, que se recusa a comer o que lhe colocaram no prato. Duas gerações estão aqui em conflito. Pouco depois, Ioselliani leva-nos ainda para um terceiro local, onde vive uma familia um pouco mais rica, com paredes cheias de fotografias de parentes bem vestidos, claramente de uma classe social mais rica. Aqui vamos encontrar um jovem chamado Nico (Ramaz Giorgobiani), que depois de um pequeno-almoço em família é colhido por outro jovem chamado Otari (Gogi Kharabadze), partindo ambos a caminho de um novo trabalho, numa adega de vinho.
O filme é sobre este jovem idealista chamado Nico. Quando lhe é ordenado pelo chefe para colocar a sua assinatura num mau barril de vinho com sabor a vinagre, ele recusa. Em vez disso, ele coloca-lhe gelatina e deixa o barril por mais uma semana, causando um abrandamento na produção. O filme oferece-nos várias observações sobre os trabalhadores, romance, e a burocracia. Não há uma única imagem fora do lugar. Pode ser visto como uma experiência visual, ou um filme mudo, já que o diálogo não é importante.
Muito simplista na temática, e a excelente realização e interpretação dos actores ajudaram Iosseliani a chegar aos quatro cantos do mundo.
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