Em 1933, com 13 anos de idade, Ray Harryhausen viu "King Kong" no cinema, e ficou apaixonado, não apenas pelo gorila Kong, que claramente não era apenas um homem num fato de gorila, mas também pelos dinossauros. Saíu do teatro surpreso e assombrado, pois tudo parecia absolutamente realista, e queria saber como tudo tinha sido feito. Tinha sido feito através de uma técnica de stop-motion, modelos articulados, filmados um fotograma de cada vez, para simular movimento. Harryhausen, mais tarde, tornou-se o principal expoente desta técnica.
Em jovem ele tinha interesse em animais pré-históricos, e modelos criados em barro. Começou a trabalhar com uma câmera emprestada, trabalhando à volta do facto de que ele não tinha um mecanismo stop-frame, e mostrou as suas experiências a Willis O'Brien, o tal que tinha feito os efeitos especiais de "King Kong". O veredicto de O'Brien, que os modelos de Harryhausen não tinham qualquer carácter, e que ele devia estudar anatomia, foi um ponto de viragem na abordagem de Harryhausen ao seu trabalho.
No Los Angeles City College continuou as suas experiências com uma nova câmera de 16mm, e em 1940 quando o marionetista George Pal fugiu da Europa para Hollywood Harryhausen mostrou-lhe o seu trabalho e foi contratado para a série de Puppetoon de Pal, para a Paramont, ao lado de O'Brien. Mas as figuras de madeira de Pal não se adequavam ao trabalho destes dois.
Em 1946, depois de ter estado na guerra, estava desempregado iniciou uma série de curtas de 2 minutos sobre contos de fadas, com material de stock da Kodak que tinha encontrado, e teve sucesso, tendo como resultado vendido os filmes a escolas e livrarias.
O'Brien chamou-o então para seu assistente nos efeitos especiais de "Mighty Joe Young", uma espécie de continuação de "King Kong", e apesar do filme ter sido um fracasso comercial ainda ganhou o Óscar de Melhores Efeitos Especiais. Foi então que nos anos 50 Harryhausen começou a trabalhar mais para o cinema, primeiro em "The Beast from 20,000 Fathoms", depois em "It Came From
Beneath the Sea", "Earth vs. the Flying Saucers" ou "20 Million Miles to Earth", alguns dos quais vimos no ciclo de Sci-fi dos anos 50.
Para este ciclo, vamos pegar na sua carreira a partir daqui, e ver os seus melhores trabalhos até aos anos 80. Espero que seja do vosso agrado. Eis a programação desta semana:
Segunda: The 7th Voyage of Sinbad (1958), de Nathan Juran
Terça: Mysterious Island (1961), de Cy Enfield
Quarta: Jason and the Argonauts (1963), de Don Chaffey
Quinta: The Valley of Gwangi (1969), de Jim O´Connolly
Sexta: Clash of the Titans (1981), de Desmond Davis
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