domingo, 12 de janeiro de 2014
Coisas Secretas (Choses Secrètes) 2002
Nathalie é uma dançarina de um clube noturno consciente do seu poder de sedução e Sandrine trabalha no bar. Ambas são despedidas e como Sandrine não pode pagar as suas despesas Nathalie convida-a para morar com ela. Tornam-se mais do que amigas e decidem conquistar as suas vidas profissionais, numa empresa tradicional, através do poder da sedução.
O que se segue é um aumento de tensão sexual carregado por duas femme fatales, o erotismo, ocasionalmente interrompido pela traição do costume, conivente com os jogos de poder da empresa. No entanto, quando elas finalmente têm o seu principal alvo Christophe (Fabrice Deville), o herdeiro playboy da empresa que têm em mira, este revela-se ser um adversário mais perigoso do que qualquer uma delas esperava.
Há um grande olhar sobre este filme, embora não tão exuberante como a de Kubrick em "Eyes Wide Shut". Há também um elemento subjacente na fantasia, todo o filme é narrado do ponto de vista de Sandrine, e ela conta a história para o público de um modo muito real. O realizador Jean-Claude Brisseau apresenta uma visão moderna intransigente e profundamente cínica do amor e do romance neste drama erótico bizarro que irá, sem dúvida, perturbar algumas pessoas. "Choses Secrètes" é ousado tanto na escolha do tema - a representação explícita de mulheres jovens e atraentes impiedosamente usando a sua sexualidade para destruir egos masculinos - como no seu conteúdo explícito (o que inclui orgasmos femininos simulados em grande quantidade e uma cena de orgia que parece ter sido inspirada por uma pintura de Hieronymous Bosch). Quando o filme cai, é na falta de realismo e na caracterização fraca das personagens, que roubam à história alguma credibilidade. Mesmo assim, Coisas Secretas é um filme absolutamente coeso, sendo a estrutura muito detalhada e bem calculada.
Este filme de Brisseau é o primeiro de uma trilogia estranhamente ligada, cada segmento filmado como um género diferente, desde o art house soft core, aos jogos de poder psicológicos. Como filme esquizofrénico não se coíbe de mostrar a sexualidade feminina. No festival de Cannes de 2003, ganhou o prémio de French Cineaste of the Year, e foi escolhido para melhor filme do ano pela revista Cahiers du Cinema, empatado com "Ten", de Abbas Kiarostami.
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