quarta-feira, 24 de julho de 2013

Rabid Dogs (Cani Arrabbiati) 1974



Quando Mario Bava terminava o seu penúltimo filme, um dos seus apoiantes morreu, e todas as filmagens ficaram trancadas numa batalha jurídica complexa. Bava, que morreu em 1980, nunca vi este filme pronto. Os direitos acabaram por ser resgatados muitos anos depois, durante os anos 90, e foi então que o filme foi montado. Mas o filho de Bava, Lamberto Bava, que tinha visto a produção original, e não estava contente com esta montagem, e fez a sua própria, que teve uma estreia teatral em 2002. E assim, como acontece com alguns dos filmes de Orson Welles, não há uma montagem defintiva do filme.
O filme em si tem um início explosivo: um gang de criminosos entra em cena, mata algumas pessoas, e rouba um saco de dinheiro. Durante a fuga, os policias matam o motorista e fazem um buraco no tanque de gasolina. A pé, um dos bandidos dispara sobre uma mulher e rapta a sua amiga. Os três homens e a refém, de seguida, apanham o transporte mais próximo disponível, conduzido por um homem de meia-idade de cabeça fria, acompanhado por um menino doente. Como uma peça de teatro perturbadora, a maior parte do filme passa-se dentro do carro, entre este pequeno grupo de pessoas, jogando jogos psicológicos uns com os outros, cada um a tentar escapar ileso. 
O filme tem sido comparado ao de Wes Craven, The Last House on the Left (1972), pela sua violência psicológica perante a mulher e a criança, mas esses elementos são bastante menores no esquema geral do filme (é mais uma ameaça do que uma violência real); para não falar que era foi a actriz principal, Lea Lander, que lutou para resgatar o filme do limbo. 
"Rabid Dogs" é definitivamente um dos filmes mais pessimistas de Bava, mas mostra o quão longe o mestre era capaz de chegar para alcançar um pantamar mais realista, e menos expressionista.

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