sábado, 20 de julho de 2013

Cidade Violenta (Città Violenta) 1970



Charles Bronson interpreta Jeff, um hit man de férias com a namorada Vanessa (interpretada pela sensual Jill Ireland, e parceira de Bronson no grande ecrã inúmeras vezes) nas praias das Ilhas Virgens. Enquanto passeavam ao sol, há um atentado à vida de Jeff e o casal providencia uma fuga numa perseguição de carro que dura 12 minutos, sem apresentar nenhum diálogo (o que é muito eficiente). Jeff consegue apanhar um dos seus agressores, e termina todo o calvário com uma bala no seu próprio corpo. Jeff é depois enviado para a prisão (seria auto-defesa?), e depois da sua libertação, algum tempo depois, há uma tentativa de atraí-lo de volta para o sindicato do crime, do senhor Weber (interpretado por Telly Savalas). Jeff não quer ter nada a ver com estes gangsters, e na prisão terá tempo de pensar no que irá fazer da sua vida quando saír. Além disso, tem a vingança em mente, porque também descobriu que Vanessa e o seu "outro" amante tinham lhe montado uma armadilha desde início.
Cidade violenta, embora não seja um exemplo do cinema clássico no seu melhor (é um pouco cliché, por vezes, pelos padrões actuais, e não há realmente muitas surpresas até perto do o fim), mas ainda estava à frente do seu tempo, em 1970. As performances são todos de primeira qualidade, Charles Bronson aparece aqui num papel que lhe assenta que nem uma luva, e Cidade Violenta é um filme de sonho para os seus fãs. O enquadramento adequado é uma vitrine para o verdadeiro talento do realizador Sergio Sollima, um dos maiores especialistas no Spaghetti Western. No uso de imagens e sons ele é um verdadeiro mestre. Absolutamente nada é aqui esquecido. A grande banda-sonora "ultra cool", trazida pelo incrivelmente talentoso Ennio Morricone é sem dúvida um dos seus melhores atributos e é um complemento adequado para as imagens deliberadamente colocadas em cada frame.  
Bronson, nesta altura da sua carreira tentava construír um nome através de produções europeias e "Violent City" era destes melhores exemplos. O realizador italiano Sergio Sollima ("The Big Gundown", "Run, Man, Run" e "Revolver") estabelece elegantemente o terreno áspero como um rastilho pronto para inflamar. Obras com um ritmo lento, devido à estrutura complicada de traições e duplo-cruzamentos com um pouco de tragédia eram nitidamente uma espécie de westerns modernos, e estava assim traçado o caminho para o Poliziotteschi, que iria dar muitos trunfos na década de 70.
O argumento, escrito a várias mãos, tinha a colaboração de Lina Wertmuller.

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