quarta-feira, 19 de junho de 2013

Dementia 13 (Dementia 13) 1963



Passado na Irlanda, "Dementia 13" conta a história da família Haloran, um clã um pouco estranho e sombrio reunido para comemorar a morte da pequena Kathleen, que se afogou na lagoa das terras do castelo sete anos antes. Por causa da sua perda, a enlutada Lady Haloran (Ethne Dunn) planeia doar a sua fortuna a instituições de caridade, em nome da filha amada. Este plano não se coaduna com a gananciosa filha adoptiva, Louise (Luana Anders), que pretende fazer o que for preciso para mudar a mente da velha senhora. A fortuna da família torna-se um ponto discutível, quando uma série de homicidios macabros, com um machado, começa a cair sobre os Holorans, com o homicida a ser conduzido por sua obsessão com a falecida Kathleen. É claro que a identidade do assassino permanece um mistério ao longo do filme, e como qualquer giallo que se preze, as pistas falsas são abundantes. Poderia ser Richard Haloran (William Campbell), um artista sofredor, ou o seu irmão, Billy (Bart Patton), um jovem sensível que sofre com pesadelos. Ou ainda poderia ser o Dr. Justin Caleb (Patrick Magee), o médico da família, que está sempre por perto e agir de um modo suspeito.
Dementia 13 foi muito barato (e estamos a falar de barato em 1963). A história por trás da produção do filme, e a luta pelo controle que depois foi envolvida, é infinitamente mais interessante do que o filme em si.  
Roger Corman é famoso por descobrir grandes realizadores, argumentistas e actores, incluindo Martin Scorsese, Jack Nicholson, Ron Howard, Joe Dante, Peter Bogdanovich e James Cameron. Além da sua capacidade para trabalhar com orçamentos muito reduzidos, ele tinha um olho para o talento. Entre os seus alunos estava um jovem Francis Coppola, que ainda era um estudante de pós-graduação na Universidade da Califórnia, a quem pagou US $ 250 para pegar num filme russo, "Battle Beyond the Sun", re-editá-lo e filmar algumas cenas extras como um filme de exploitation. O resultado não foi melhor ou pior do que outro material pirateado, no início da década de sessenta. Depois de dirigir algumas cenas adicionais para a americanização de alguns "nus" estrangeiros, Coppola participou como técnico de som no filme de Corman "The Young Racers". Com o apoio estrangeiro, Corman conseguiu rodar o filme em exteriores, na Irlanda, um dos muitos países que estava ansioso para receber produções cinematográficas. Quando o filme terminou, Coppola falou com Corman para este lhe dar os restantes US $ 22.000 para fazer um segundo filme, prática que não era incomum para o produtor de baixo orçamento. Sendo lhe dado três dias, Coppola fez um script com as especificações de Corman, usando o sucesso de "Psycho" como modelo. Toda a gente andava a fazer isso, até mesmo William Castle que teve um dos seus maiores sucessos em 1961, com "Homicidal". Usando os mesmos exteriores de Dublin, que "The Young Racers", uma mansão assustadora torna-se o pano de fundo para uma família que luta pelo controle do dinheiro da matriarca, entre a assombração de uma irmã morta e um psicopata assassino à solta, entre a população.
Tal como Janet Leigh em "Psycho", o ponto de vista muda de protagonista para os secundários. O elenco, uma mistura de actores de The Young Racers e colegas da UCLA de Coppola, que voaram para Dublin com o próprio dinheiro, fazem um trabalho admirável com o diálogo formal e conturbado, e a sinuosa linha da história. Patrick Magee, um ator de teatro irlandês que mais tarde iria encontrar notoriedade em filmes como "Laranja Mecânica" ou "Barry Lyndon", era a única excepção. 
 

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