domingo, 14 de abril de 2013

Klute (Klute) 1971



 O policia da cidade pequena, John Klute (Donald Sutherland), viaja para Nova York para investigar o desaparecimento do seu amigo, Tom Gruneman (Robert Milli).As evidências leva-no a Bree Daniels (Jane Fonda), uma prostituta com ligação ao caso. Klute explora o lado mais negro da cidade durante a sua aproximação a Bree. Ela luta para conseguir uma carreira como actriz, ou modelo, mas não está a ter muita sorte na brutal indústria. Enquanto isso, uma figura desconhecida telefona para Bree com frequência e pode estar seguindo-a. Quando Klute chega mais perto da verdade, a investigação torna-se em algo mais do que apenas a localização do amigo.
Apesar de ser comercializado como um thriller de suspense, Klute é mais um estudo de personagens do que outra coisa, com foco na personagem de Bree. Seguimos as sessões com o terapeuta, as chamadas dos clientes, e as sessões de casting. Enviando um policia conservador para a cidade parece ser o primeiro passo para a sua corrupção. Pakula e os argumentistas Andy e David P. Lewis tem uma visão extremamente negativa da cidade,  e embora haja uma personagem individual, o principal vilão é realmente a própria cidade, que está cheia de traficantes de drogas, assassinos e outros indivíduos assustadores. Pakula apresenta um retrato sombrio da Nova York no início dos anos 70.
Os atributos mais fortes deste filme são as representações de Jane Fonda e Donald Sutherland. Não está claro se eles estão de facto apaixonados ou se acabaram de encontrar algo que lhes faltava na vida. Fonda ganhou um merecido Oscar de Melhor Actriz num papel que, à primeira vista, não se parece encaixar com a sua personalidade. A história não sentimentaliza o seu trabalho e apresenta-a como uma simples profissão. Os encontros com os clientes não são sexys e parecem apenas mais um dia de trabalho no escritório para Bree. Sutherland também está bastante poderoso, mas não alcança a perfomance de Fonda. Klute não quer ter nada a ver com a cidade e só quer resolver o mistério. O que é interessante são os pormenores onde Sutherland mostra sua crescente atracção por Bree. Pode não gostar deste ambiente, mas não está disposto a desistir de Bree só porque ela faz parte dele.
Pakula filma muitas das cenas como um observador a observar a acção à distância. As gravações desempenham um papel fundamental na trama, e até mesmo o assassino está obcecado por uma fita de Bree. O estilo de Pakula constrói o suspense mesmo quando nada emocionante está a acontecer. Esperamos que algo perigoso esteja a acompanhar a acção e se prepare para atacar. Ao contrário dos outros filmes da trilogia, a investigação não é o foco principal, e passa a secundário em relação ao romance. É um assunto que é tratado muito levemente, especialmente em comparação com as emoções prometidas no trailer. Bree vive neste ambiente de suspense, mas a sua escolha de se aproximar de Klute impulsiona a história, apesar do ambiente de suspense. 

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