sábado, 20 de abril de 2013
Hoje Não Haverá Saída Livre (Segodnya Uvolneniya ne Budet) 1959
Numa cidade sem nome, trabalhadores da construção civil encontram um esconderijo de bombas da Segunda Guerra Mundial. Uma unidade do exército é deslocada para eliminar as bombas. Como explodi-las infligiria danos pesados na cidade, a unidade do Exército tem de transportar as bombas manualmente, numa missão arriscada, para um local seguro.
Depois de toda a cidade ser evacuada, os soldados carregam as bombas de um sitio para outro. Algumas das bombas quase explodem, e numa sequência um soldado heróico pega numa delas e salta de um camião para salvar os outros soldados. O filme termina com a população a regressar à cidade e a explosão simultânea das bombas num local seguro.
A verdadeira segunda metragem de Tarkovsky para a VGIK, Segodnya Uvolneniya ne Budet (Hoje Não Haverá Saída Livre) (1959) existe, no entanto, pensava-se perdida durante muitos anos, vítima provável de um expurgo no arquivo da Televisão Central Soviética, que co-financiou e distribuíu o resultado final de 45 minutos no dia do aniversário da derrota alemã na Segunda Guerra Mundial. Tarkovsky, mais uma vez trabalha com Alexander Gordon em divisão de argumento e realização. A produção teve o apoio total do exército (compreensível, dada a inclinação pró-militar do filme), enquanto que o encaixe de dinheiro da Televisão Soviética Central permitiu a contratação de actores profissionais, como Oleg Borisov e alguns cenários impressionantes de grande escala. Tanto em termos de narrativa como de ambiente, o filme é bantante parecido com o clássico de Henri-Georges Clouzot, O Salário do Medo (1953).
Existem algumas notas a ter em conta, e pelo claro timbre geral triunfalista do filme, Tarkovsky está a trabalhar dentro dos parametros de propaganda do patronato. No entanto, ele e os colaboradores exploram plenamente as possibilidades e ansiedades indutoras do cenário. As primeiras cenas são claramente humorísticas, mas a tensão é habilmente construída e mantida ao longo do filme, que é uma marca do talento inato de Tarkovsky. Aos 27 anos, já tinha uma compreensão completa do potencial do cinema narrativo, para o reinventar posteriormente.
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