domingo, 28 de abril de 2013

Christine - O Carro Assassino (Christine) 1983



Quando um geek da universidade, Arnie Cunningham (Keith Gordon) compra um carro velho na esperança de restaurar a sua antiga glória, este parece tomar conta da sua vida. Gastando cada vez mais tempo a reparar o seu carro amado, evita os amigos e as preocupações familiares tornando-se mal-humorado e instável. Mas não é apenas o humor de Arnie que levanta preocupação, já que o carro parece ter ganho uma vida própria, cheirando a vingança sobre qualquer um que se tente colocar entre os dois.
Depois do fracasso crítico da sua versão high-tech de The Thing (1982) - o filme só viria a ser reconhecido mais tarde -, a carreira de John Carpenter estava num estado de crise. Foi despedido da adaptação da Universal de "Firestarter" de Stephen King e ficou com medo de que dificilmente iria conseguir outra oferta de emprego. Assim, quando a Columbia Pictures o convidou para dirigir a adaptação de outra história de King, ele aproveitou logo a oportunidade. Carpenter estava muito ferido pela recepção de "The Thing", que sabia que era um bom filme, feito tal e qual como tinha prometido. Com a mente devastada pela reprovação,  aproximou-se de "Christine" como um mercenário, efetivamente distanciando-se um pouco do material de origem, o conto, talvez com medo de outro fracasso. Com o passar dos anos, o realizador referia-se ao filme como um fracasso nascido do medo e da frustração criativa. Mas passados todos estes anos, todos nós sabemos que tanto "The Thing" como "Christine" são duas grandes obras do cinema de terror dos anos 80.
"Christine" nunca atinge o nível de intensidade dos melhores trabalhos de Carpenter, mas funciona muito bem em função de uma premissa que pode até ser descrita como pateta. Como um filme de terror, nunca é totalmente bem-sucedido simplesmente por causa da sua premissa - que é muito imprecisa para ser levada a sério. Onde o filme consegue superar-se é na descrição dos personagens e seus relacionamentos. Sendo uma variação sobre o tema estabelecido por King em "Carrie", carrega no drama de um loser do colégio que se vinga através das forças sobrenaturais. A evocação de Carpenter, da escola na pequena cidade está perfeitamente bem caracterizada.
Entre os pontos mais altos do filme está um excelente elenco. Keith Gordon é o actor ideal para interpretar Arnie, efetivamente progredindo de vítima a sociopata arrogante. Alexandra Paul (depois da série Baywatch) é encantadora e persuasiva como a namorada de Arnie, uma das muitas personagens fortes femininas do trabalho de Carpenter. Harry Dean Stanton também faz um bom trabalho num pequeno papel como um policia que investiga os vários crimes, mas são Robert Prosky e Roberts Blossom que obtêm os melhores diálogos nos seus respectivos "velhos sujos" cameos. 

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