sábado, 16 de março de 2013
Viver e Morrer em Los Angeles (To Live and Die in L.A.) 1985
Dois policias em Los Angeles (William Petersen e Dean Stockwell) tentam capturar o cruel criminoso Eric Masters (Willem Dafoe). De seguida, um deles é morto por Masters, e o outro jura vingança, não importa a que custo. De seguida, a caça ao homem torna-se uma obsessão para lá da lei, uma vez que a causa que ele jurou defender deixou de ter sentido.
Se há algo para ser dito sobre William Friedkin, é que ele é um homem que destrói todas as expectativas. Nunca estamos seguros no seu mundo. Precisamente quando pensávamos que Popeye Doyle tinha o seu homem na mão em "French Connection", vêmo-lo ficar de mãos a abanar. "O Exorcista" caminhou para excessos nunca explorados antes, e quando pensávamos que tudo estava terminado, temos um enorme twist. Naquele que foi comercializado como um thriller mainstream para Al Pacino, "Cruising", tornou-se numa incursão ao mundo surreal da homossexualidade, acentuado na última cena com uma ambiguidade sexual que nunca tinha sido vista no cinema de Hollywood, nem antes, nem depois. Friedkin regressou, em 1985, ao território do policial duro, "Viver e Morrer em LA" é um jogo inteiro de expectativas. São tantas as voltas e reviravoltas que se reúnem num filme que se sente ser o mais completo e satisfatório de todo o trabalho de Friedkin. O twist final é menos anti-clímax e tematicamente mais adequado do que o de "French Connection", enquanto que o sangue e a violência extrema dão a Los Angeles um realismo bastante corajoso, em comparação com o excesso desnecessário do vómito e a ofensividade de "O Exorcista".
Uma sequência de nudez frontal de William Petersen tira qualquer dúvida de que este filme não vai jogar pelas convenções do cinema mainstream, mas é com o final que tudo isto vai ficar mais explicíto. No confronto final entre Petersen e Dafoe, acontece algo, que eu não vou falar aqui, mas que vocês vão ter que ver o filme. Esta sequência rebenta com todas as expectativas de um filme policial, mas também parece, paradoxalmente, a mais realista.
De realçar que Willem Dafoe teve aqui um dos seus mais brilhantes papéis, como o vilão do filme.
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