terça-feira, 12 de março de 2013

O Grande Duelo (Il Grande Duello) 1972


Ao contrário dos temperamentais "twilight spaghetti westerns" da segunda metade da década de setenta, ou das numerosas comédias geradas pelos filmes de Trinitá, este filme tenta, mais ou menos, recriar o mito da década anterior. Apesar de ter sido o primeiro spaghetti western de Giancarlo Santi, parecia ser o homem certo para este trabalho. Depois de ter sido assistente de realizadores como Sergio Leone ou Giulio Petroni, onde tinha andado pelos bastidores de filmes como "O Bom, o Mau e o Vilão", "Death Rides a Horse" e "Aconteceu no Oeste", fez este "Il Grande Duello", que pode não ser um dos grandes westerns spaghetti, mas pelo menos não é pomposo, ou pretensioso.
Um homem chamado Philip Vermeer - que provavelmente não é um grande pintor, mas certamente um excelente atirador - foi considerado culpado de assassinar um patriarca local, mas fugiu, e está agora em fuga. É perseguido tanto por um grupo de caçadores de recompensas, pagos pelos filhos do patriarca, como por um ex-xerife que afirma que Vermeer é inocente. Durante a primeira metade do filme, podemos ver os dois homens a lutarem e a fugir dos "bounty-hunters", e a segunda parte é em grande parte passada na cidade e lida com a questão de quem realmente matou o patriarca. Embora a acção seja bem executada, a segunda parte, com influências do Giallo e do Noir, é de longe a melhor. Lee Van Cleef tem trabalho a fazer, e o twist final, embora um pouco óbvio, é bem preparado numa série de flashbacks, filmado num tom saturante, com cores muito filtradas.
Ainda escalado como uma espécia de coronel Mortimer, de caráter, o bom e velho Lee Van Cleef anda a maior parte do tempo, a esconder o rosto sob o chapéu. Mesmo sem olhar parece saber o que está para acontecer (ou não): quando O'Brien diz que está para acontecer um ataque iminente ele ordena que ele se deite e não se preocupar com mais nada. Peter O'Brien, por outro lado, tem um papel hiper-activo, saltando de telhado em telhado e fazendo cambalhotas durante o tiroteio. Os vilões são particularmente bem caracterizados; um regular dos spaghetti westerns, Horst Frank, interpreta tanto o patriarca como o seu filho mais velho, um homem astuto, com ambições políticas, Marc Mazza, actor francês (mais conhecido por um pequeno papel em "My Name is Nobody) é o filho do meio, um homem simples e impaciente por acção, e o actor austríaco Klaus Grünberg (então famoso pela sua participação no agradável "More", mais conhecido pela banda-sonora dos Pink Floyd) rouba a cena como o filho mais novo, um maníaco homossexual que mata toda uma comunidade de imigrantes holandeses apenas por diversão, numa cena brutalíssima. Este personagem parece ter sido modelado pela sádica personagem de Jack Palance em "Shane" (1953), no sentido de que ele parece ser exactamente o contrário desta personagem, vestido de branco e colocando luvas brancas antes de executar um homem indefeso, já de idade.  
"The Grand Duel" é um dos filmes preferidos de Tarantino. O tema principal da banda-sonora, se bem se recordam, foi utlizado na banda-sonora de "Kill Bill". A música está creditada a Luis Bacalov e a Sergio Bardotti, mas Bacalov sustenta que escreveu todas as composições.

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