quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

O Profissional (The Driver) 1978


Ryan O'Neal desempenha o tradicional papel de Steve McQueen, taciturno, lobo solitário (não é uma surpresa, já que o papel tinha sido escrito para McQueen), neste chase-noir (se me é permitido chamá-lo assim) do argumentista e realizador, Walter Hill. É um thriller do velho estilo do "gato e o rato", abrigado num existencialismo auto-consciente, onde o policia e o bandido tentam superar-se um ao outro, e nós ficamos divididos entre torcer pelo "mau", já que os bons não parecem ser muito melhores.
Não nos é dado qualquer nome. O'Neal é o "The Driver", um profissional que conduz, em troca de grandes quantidades de dinheiro, em fugas pelas ruas de Los Angeles, depois de assaltos a bancos e outros delitos penais. É arrogante, mas quem o procura satisfaz todas as suas exigências, porque ele é simplesmente o melhor no que faz. É tenazmente perseguido pelo The Detective (Bruce Dern), que se tornou tão obcecado em derrubar o condutor duma vez por todas, que está disposto a cruzar a linha do procedimento legal  para finalmente apanhar a sua esquiva presa. Neste caso, está a ser ajudado pela The Player (Isabelle Adjani), como uma testemunha ocular que insiste que ele não cometeu o crime. Por vezes é preciso uma mente criminosa para apanhar um criminoso tão perfeito, e o detective faz um acordo (ou uma chantagem) com alguns durões que podiam apanhar uma sentença de prisão prolongada, a fim de estabelecerem um assalto para apanhar o motorista em flagrante. 
Tenso e com sequências de perseguição de carros extremamente bem editadas, que são a verdadeira estrela do filme. O'Neal pode não ter a presença na tela de um Steve McQueen, mas impregna ao seu personagem a complexidade necessária para este tipo de papel. Dern, é o único que tem um papel mais elaborado, rouba a cena como um policia conivente, tão cansado de ser superado, que acabou por perder toda a sua moral. Como um western sobre rodas, "The Driver" explora a ténue linha entre a lei e a ilegalidade, a ordem e o caos, através do cenário da paisagem urbana mais moderna.
Este era o segundo filme de Walter Hill, que então já tinha uma carreira considerável como argumentista, já que tinha escrito o argumento de filmes como: "The Getaway", "The Thief Who Came to Dinner", ou "The Mackintosh Man". Teve uma carreira bastante interessante até meados dos anos 70.
Este filme destoa um pouco neste ciclo, mas não deixa de ser interessante. 

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