sábado, 22 de dezembro de 2012
On the Beach (On the Beach) 1959
Os únicos sobreviventes de uma guerra nuclear estão residentes na Austrália e na tripulação de um submarino americano que estava submerso quando as bombas explodiram. Com apenas alguns meses de vida antes que a precipitação chegue ao último continente resistente, estes tentam lidar com as suas mortes inevitáveis. Moira Davidson (Ava Gardner), um alcoólica, inicia uma relação com o recém-viúvo comandante dos EUA, Dwight Towers (Gregory Peck), enquanto que o tenente-comandante Peter Holmes (Anthony Perkins) deve encontrar uma maneira da sua esposa aceitar o que está a acontecer, e o que isso vai significar para o bébé de ambos. O cientista Julian Osborne (Fred Astaire) entra em numa perigosa corrida nos seus últimos dias. Entretanto, Towers leva o seu submarino para Norte, com Osborne e Holmes a bordo, para investigar um sinal de rádio, e tentar descobrir se haverá um lugar no mundo que seja seguro, mas ninguém acreditaque haja hipóteses.
Ver "On the Beach" agora é uma experiência diferente do que vê-lo à 40 anos atrás. Naquela altura, uma guerra nuclear poderia ter ocorrido a qualquer momento. No entanto, a grande diferença não está na realidade política, mas na percepção. De alguma forma, ver este filme era uma um acto subversivo. Os Conservadores detestaram-no, e consideraram qualquer filme como este, como anti-americano. Os conservadores ainda nos anos 80 reinvidicavam que poderiam vencer uma guerra nuclear. Esta loucura culminou com o filme The Day After, feito para televisão, quando os comentadores da Direita e os políticos exigiram o mesmo tempo de antena para explicar que a guerra nuclear poderia ser aceitável se detivesse os malditos Russos.
"On the Beach" saiu no final dos anos 50 (quando se poderia esperar que uma reação conservadora fosse ainda mais extremista), e foi o primeiro filme anti-nuclear que não envolveu baratas gigantes ou mutantes. O factor tempo pode ter diminuído o seu poder, mas ainda é um lembrete convincente e sombrio do que poderia acontecer com apenas um toque num botão da estupidez humana, e essa é uma qualidade que temos em abundância.
O produtor/realizador Stanley Kramer (Inherit the Wind-1960 Judgment at Nuremberg-1961, Guess Who’s Coming to Dinner-1967) tinha razão em fazer este filme, como sempre tinha, e não estava preocupado com um retrato realista de um mundo pós-apocalíptico. Ele queria mostrar o melhor da humanidade, depois dos piores resultados. Então, o filme está cheio de homens dedicados, altruístas, santos. Eles têm problemas psicológicos, mas nada comportamental.
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