segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

O Criado (The Servant) 1963


Tony (James Fox) é um jovem rico da classe alta. Depois de comprar uma grande casa em Chelsea, em que, eventualmente, irá viver com a sua futura esposa, Susan (Wendy Craig), ele contrata um homem deferente chamado Barrett (Dick Bogarde) para ser o seu criado. Tony está bem satisfeito com as suas compras, batizando esta última como um "tesouro". Tudo isto parece bom demais para ser verdade, e é. Depressa começa a verificar que esta não será uma relação mestre-servo convencional. Ao longo do filme vemos uma gradual mudança de poder entre Tony e Barrett como o patrão a caír cada vez mais sob o feitiço do criado.
"The Servant", de Joseph Losey é um magistral jogo de gato e rato entre dois personagens - um mordomo e o seu patrão - que é frequentemente escolhido como um dos grandes filmes britânicos de todos os tempos. Com argumento escrito pelo incomparável Harold Pinter, o filme passa-se quase inteiramente dentro da casa, e Losey faz um belo uso de fundo, a fotografia angular a preto-e-branco, e especialmente os espelhos. Dirk Bogarde, com quem Losey trabalhou cinco vezes, rouba o filme no papel de Barrett, o servo, enquanto James Fox interpreta o infeliz patrão.
O filme tem um ar decadente que explora uma relação humana com fortes indícios de homossexualidade. Enquanto Barrett lentamente se insinua em casa e manipula o mestre reorganizando a decoração, é através do sexo (na forma da sua sedutora e sexualmente permissiva "irmã", Vera (Sarah Miles)) que ele finalmente consegue fazer a queda de Tony. O calculismo de Vera, em contraste com  a raça de Susan (Wendy Craig), atravessam as barreiras da classe e trazem Tony até ao mesmo nível que o seu criado. Logo as fronteiras entre senhor e servo quebram, com Tony a sucumbir à vontade do seu adversário mais forte.

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