segunda-feira, 7 de outubro de 2019

Nuit Noire (Nuit Noir) 2005

Num mundo dominado pela escuridão eterna, um entomologista abandona os seus fantasmas para abraçar o desconhecido. Óscar é um conservador do Museu de Ciências Naturais, e passa a maior parte dos dias cercados por insectos. Quando Óscar não anda de volta dos seus espécimes na sua casa ou local de trabalho, podemos encontra-lo frequentemente no consultório do psiquiatra a reflectir sobre os seus traumas de infância. Um dia, quando volta para casa do trabalho, encontra uma mulher africana do museu deitada na sua cama.
Depois de várias curtas metragens muito intrigantes, o realizador belga Olivier Smolders avançou finalmente para a sua primeira longa, e única até agora. Smolders é um realizador muito peculiar na sua forma de descrever o mundo, e é visto como um David Lynch belga. 
Em "Nuit Noir" Smolders é obcecado por aspectos que foram completamente invertidos: Óscar que cria e sacrifica insectos raros para a colecção de um museu, vive num mundo sombrio, perpetuamente envolto em escuridão por causa de um eclipse solar que ocasionalmente inverte e banha o seu mundo com uma luz dolorosamente brilhante. O tempo não tem sentido, e não há uma narrativa real que nos dê um sinal sobre quais são os aspectos da vida de Óscar que são actuais. 
Visualmente, "Nuit Noir" é impecável, com cenários soberbamente projectados, um design inteligente e um imaginário muito estranho e inventivo. Há muito simbolismo escondido nas imagens, algum muito directo (muitas fotos de insectos) e outro um pouco difícil de detectar, por isso é um filme que exige muita atenção.

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